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Advogado baleado por Guarda Civil de Curitiba diz que foi alvo de represália

Renato Freitas foi alvo de dois tiros de bala de borracha, no último domingo (9). De acordo com ele, ação é resposta à denúncia contra outro caso de 2016, em que foi alvo de 'detenção ilegal'

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Com o tiro, Renato conta que o disparo lesionou o tendão da mão esquerda e não o consegue mexer os dedos

São Paulo – O candidato a deputado estadual no Paraná Renato Almeida Freitas Júnior (PT), atingindo por dois tiros de bala de borracha, desferidos pela Guarda Municipal de Curitiba, na noite de deste domingo (9), afirma que a violência é uma represália a um processo movido contra dois guardas, em 2016. 

O candidato, que é advogado, diz que na última quinta-feira (6) prestou depoimento, como vítima, na Ouvidoria da Guarda Municipal sobre o caso. “Fui denunciar a violência policial que sofri há dois anos, quando apanhei de dois guardas e me prenderam de forma autoritária e ilegal. Foi aberta a sindicância e eles podem ser punidos. É uma represália”, acredita.

O advogado estava distribuindo material de sua campanha na Praça do Gaúcho, no centro da capital paranaense, quando recebeu ordem para sair do local. Renato teria dito que tinha o direito de estar ali e foi quando, segundo ele, foram feitos os disparos. 

“Cinco minutos depois de iniciarmos, a polícia chegou e começou um corre-corre, mas eu não sabia o que estava acontecendo e continuei panfletando. Um policial me chamou de ‘idiota’ e expliquei o que estava fazendo. Ele mandou eu sair, e quando recusei a resposta dele foi um tiro que pegaria meu estômago, mas que protegi com a mão”, relata.

Em nota pública, a Prefeitura Municipal de Curitiba afirmou que às 19h de domingo, a Guarda Municipal foi acionada por moradores do entorno da Praça do Gaúcho que reclamavam de pessoas fazendo racha de veículos, consumindo droga e promovendo perturbação do sossego: “A Guarda Municipal atendeu ao chamado e precisou usar arma não letal (com bala de borracha) para conter o grupo e para restabelecer a ordem no local. Renato Almeida Freitas Junior, que é candidato a deputado estadual, estava no grupo, avançou contra os seis guardas municipais e acabou ferido”, argumentaram, segundo informa o Brasil de Fato.

Renato reafirma que apenas panfletava no local e que não havia qualquer incidente que justificasse a ação da GM. “Renato nem sequer estava na praça no horário do suposto racha, às 19h ele estava voltando de Prudentópolis”, disse o advogado do candidato, Ramon Bentivenha. A defesa do candidato pressiona a Prefeitura para que libere as imagens das câmeras de segurança do local.

Com o tiro, Renato conta que o disparo lesionou o tendão da mão esquerda e não o consegue mexer os dedos. Em vídeo no Facebook, ele diz que a violência continuou. “Eu virei de costas para me proteger, nisso ele deu outro tiro. Tudo isso a dois metros de distância, ou seja, ele poderia fazer qualquer outra coisa, como me algemar. O tiro pegou na ultima vértebra. Quando eu cai, ele engatilhou de novo para dar o terceiro tiro. Por sorte, meus amigos começaram a gritar e evitaram.”

Após a violência, Renato conta que os agentes da Guarda Municipal não deixaram que o Samu prestasse socorro e foi colocado no porta-malas de uma viatura. Segundo ele, no hospital, foi vítima de mentiras e ofensas.

“Três guardas me escoltaram em todo lugar, como se eu fosse um bandido. No raio-x, eles queriam entrar juntos, o técnico concordou que não precisavam. Então, eles disseram que eu tinha dez passagens na polícia, que eu era perigoso. O técnico veio até mim e disse que não faria mais o procedimento, pois não se sentia seguro”, lamenta.

“Estou aqui para torcer para que essa violência não me afunde na areia movediça do ódio. Essa violência acontece todos os dias nas periferias”, lamenta.

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