#EleNão

Ato de mulheres em São Paulo vira esquenta para o dia 29, contra Bolsonaro

A extinção de políticas públicas, as propostas econômicas do programa de governo do candidato do PSL e o discurso de ódio, racista, machista e homofóbico esteve no centro dos discursos

Reprodução

Em ato no Largo do Paissandu, em São Paulo, mulheres prometem resistência ao avanço do machismo, racismo e homofobia

São Paulo – Aos gritos de “EleNão, EleNão”, as mulheres reunidas no começo da noite desta sexta-feira (21) no Largo do Paissandu, região central de São Paulo, fizeram um “esquenta” para as manifestações contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) marcadas para o próximo dia 29. Segundo a página de eventos do Facebook, estão sendo chamados atos políticos nas principais capitais brasileiras, cidades do interior e até mesmo do Exterior, como Portugal, Espanha, Inglaterra, Irlanda, França, Alemanha, Holanda e Austrália, entre outros.

    “Hoje, mais do que questões econômicas que estão colocadas, de moradia, saúde, educação e retrocesso nos direitos trabalhistas, temos a ameaça do fascismo no país. Há o avanço do machismo, homofobia, racismo. Onde já se viu um candidato à vice Presidência dizer que família que tem mãe ou avó como arrimo de família é um lar desajustado?”, questionou a candidata Silvana Donatti, suplente na candidatura ao Senado encabeçada por Eduardo Suplicy (PT), em referência ao coronel Hamilton Mourão (PRTB), vice de Bolsonaro. 

    Na segunda-feira (17), o militar da reserva disse em evento do sindicato da construção civil que “lares apenas com mãe e avó são fábricas de elementos desajustados”, realçando ainda mais o preconceito, machismo, homofobia e misoginia da candidatura Bolsonaro que tem alimentado o enfrentamento feminista e da comunidade LGBTQ, que ganha apoio crescente.

    Ex-vereadora em Rio Claro, Silvana chamou de “absurdo e afronta à mulher que trabalha, educa seus filhos e cuida da casa” a afirmação desastrosa de Mourão. “Não podemos aceitar o coiso, que diz que seu filho não namora uma negra porque foi bem educado. Queremos uma sociedade melhor, um país justo, democrático, com inclusão das mulheres, público LGBT, negros, indígenas, um país onde caibam todos e todo mundo seja respeitado independente de qualquer coisa”, completou.

    Primeira suplente na chapa de Jilmar Tatto ao Senado, a professora aposentada Marilândia Frazão destacou as perdas sofridas principalmente pelas mulheres e pela população negra com o golpe de estado que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT). “Precisamos ganhar essas eleições para resgatar e reorganizar os órgãos que tínhamos e perdemos. No dia 7 de outubro, temos de parar o golpe”.

    “Aqui em São Paulo, Skaf vai concentrar mais renda e Doria tirou a política municipal para as mulheres e de igualdade racial. Além de extinguir serviços enquanto prefeito, até hoje não inaugurou a Casa da Mulher Brasileira, construída com recursos do governo Dilma. E em todos anos de PSDB, nada foi criado em políticas para as mulheres. Por isso estamos aqui dialogando  com as mulheres. Chegou a hora de acabar com essa trajetória em SP, essa paralisia, que nem no tempo dos governos de Lula e Dilma, em que o Brasil crescia e distribuía renda, São Paulo acompanhava. Além disso, a gente está em um momento de fascismo, de machismo, com a candidatura do Bolsonaro. #EleNão”, disse Denise Motta Dau, secretária da Internacional de Serviços Públicos (ISP).

    Convocado pela secretaria de Mulheres do Partido dos Trabalhadores de São Paulo, o chamado Dia Lilás – para marcar a chegada da primavera neste sábado (22) e a simbologia da estação das flores para o universo feminino – contou com a presença do candidato ao governo de São Paulo pelo PT Luiz Marinho.

    Lembrando dona Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017, Marinho disse que ela, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conduziu o país na “realização do sonho do povo de uma política pública que acabasse com a fome e a miséria”.

    “Mas a elite brasileira, os golpistas, achavam que prendendo Lula iam nos derrotar facilmente. Mas nosso povo é sábio. O povo que viu seu filho na universidade, empregados, a valorização do salário mínimo, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, não esquece o presidente Lula. Vão ter de nos engolir”.