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Artistas de diferentes gerações ocupam a Paulista pela liberdade de Lula

Artistas como Otto, Odair José, Ilú Obá de Min, Chico César, Edgard Scandurra e Marcelo Jeneci atraem o público de São Paulo. Candidato à Presidência Fernando Haddad é esperado

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Público começa a ocupar a avenida para acompanhar o festival; prefeitura multou organização por obstruir o trânsito

São Paulo – Pouco antes das 13h de hoje (16), o sol brilhava forte sobre a Avenida Paulista, em São Paulo, quando começou o Festival Lula Livre da capital. O público foi chegando aos poucos, alguns vieram especificamente para o evento em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba. Muitos também se aglomeraram para apreciar os artistas que se apresentariam.

“Artistas de diferentes gerações fazem questão de estar aqui conosco. Agradecemos”, disse a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, que fez a fala inicial do evento. Ela citou alguns dos nomes que ali estariam. Artistas como Otto, Odair José, Ilú Obá de Min, Chico César, Edgard Scandurra e Marcelo Jeneci. “Lula livre significa Paulo livre, José livre, Maria livre. Liberdade para todos nós”, disse ao público Scandurra. A cantora Preta Rara também defendeu Lula: “Lula livre. E os presos pretos são presos políticos também. Somos a geração incômodo. A mudança traz incômodo e dançar é um ato político”, defendeu.

O evento também conta com a presença do candidato do PT à Presidência, representando um projeto construído em parceria com Lula, Fernando Haddad, que foi prefeito de São Paulo entre 2012 e 2016. O local do festival ganha tons simbólicos, visto que, em sua gestão, a icônica avenida passou a ser aberta aos domingos para as pessoas e fechada para carros. Como um parque de uso e ocupação do espaço público pelos cidadãos. Este domingo não foi diferente. Por toda sua extensão, pessoas caminhando, se exercitando e apresentando das mais simples às mais elaboradas obras de arte.

Às 13h15, o bloco carnavalesco Lula Livre chegou no trio elétrico, posicionado em uma ponta da avenida, após percorrer toda a via convidando os transeuntes para os shows.

Ainda no início, um pequeno incidente envolvendo a organização e a polícia militar. Diferente das constantes manifestações e eventos organizados pela Fiesp, com orientação política de direita, a poucos metros dali, a PM não buscava apenas manter a segurança. Pediram para que a organização do evento retirasse algumas barracas posicionadas atrás do trio elétrico. Além disso, a prefeitura multou a organização em R$ 10 mil por interromper o trânsito. Em uma avenida fechada para carros. A ironia foi denunciada no carro de som e foi aberta uma vaquinha entre os espectadores para arcar com os custos.

Sem maiores problemas, acataram a ordem e o festival seguiu, após a mediação dos candidatos ao senado pelo PT de São Paulo, Eduardo Suplicy e Jair Tatto.

A cantora Ayla levantou o público representando o Norte do país, por volta das 15h. “Sabemos exatamente os retrocessos que vivemos hoje. Pela democracia, independente de quem vamos votar, temos que defender Lula livre sempre.”

Em carta, Lula diz que estaria no gargarejo

Uma carta do ex-presidente Lula foi lida após as apresentações de Otto, Ilú Obá de Min e Marcelo Jeneci. Confira os principais trechos:

Poderia falar de dor e indignação por estar isolado e amordaçado, sob censura, impedido de conversar com o povo brasileiro. No meu último dia de liberdade, disse que poderiam matar uma rosa ou duas, mas jamais deverão a primavera. Eles, nossos adversários, adoram matar as rosas. Pensam na sacanagem que podem fazer com o povo brasileiro. Que museu vão queimar. Eles atam as rosas mas não detêm a primavera que insiste em brotar. Podem cortar recursos da cultura, podem censurar vocês, podem prender sem provas, como fazem agora com esse estado de exceção. Mesmo assim vocês continuarão cantando. Cada um aqui é uma semente da primavera que jamais conseguirão deter.

Já que falei de dor e flor, vou falar de amor. Esse sentimento que nos faz dançar quando nos querem paralisados. Plantaram tanto ódio que amar passa a ser revolucionário. Vamos continuar lutando com o amor que tanto odeiam em nós.

Pensam que odeiam o Lula, mas odeiam o povo brasileiro. O dom que temos em dar a volta por cima e seguir lutando. Disse também, no meu último dia de liberdade, que seriam minha voz e minhas pernas. Então cantem por mim, dancem por mim, lutem por mim.

Se pudesse estaria na fila do gargarejo. Um grande abraço de Luiz Inácio Lula da Silva.

Bilhete no Twitter
Em sua conta no Twitter, o ex-presidente Lula também transmitiu um recado aos eleitores neste domingo: “Faltam 3 semanas para a eleição, e temos uma grande missão pela frente. É hora de defender nosso projeto de bater de porta em porta, lembrando o Brasil que construímos juntos”. 

Acompanhe a transmissão ao vivo: