Constitucionalidade

Julgamento da candidatura Lula no TSE foi ‘pouco digno’, diz advogado

Especialista em direito eleitoral observa que ministros tiveram menos de 12 horas para analisar argumentos dos advogados do ex-presidente

Fabio Rodrigues Pozzebom EBC/Reprodução

Os advogados pela defesa de Lula têm até terça-feira (4) para apresentar os embargos de declaração e recursos

São Paulo – A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão proferida nesta sexta-feira (31) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rejeitou o direito de Lula disputar as eleições à Presidência da República. Os advogados têm até esta terça-feira (4) para apresentar os embargos de declaração e eventuais recursos para serem julgados na quinta-feira (6) pelo plenário.

De acordo com o advogado especialista em direito eleitoral Hélio Freitas de Carvalho da Silveira, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, o ex-presidente dispõe de uma gama de recursos para defender sua candidatura nos dois tribunais como recursos extraordinários, ordinários e o apelo a organismos internacionais, já sinalizado pela presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), após o anúncio do TSE.

Ele criticou a pressa com que a questão da alegada inelegibilidade do ex-presidente foi a plenário. “Menos de 12 horas da apresentação da defesa do ex-presidente Lula, o assunto foi colocado em mesa para julgamento. O que significa isso? Me parece que o Tribunal não teve tempo de apreciar os argumento trazidos pela defesa. Com todo respeito aos ministros, achei de uma extrema rapidez e pouco digno com o respeito à defesa”, diz o advogado. “Isso atropelou um pouco os ritos.”

Carvalho da Silveira também criticou a Lei da Ficha Limpa. “Ela cria situações e submete – não, o ex-presidente Lula, que é exemplo maior disso – os gestores públicos a um controle do Judiciário e esses tempo é extremamente prejudicial”, pontua. “Qualquer prefeito do interior do Brasil, quando termina seu mandato, tem 4,5, 6 quando não dez ações contra ele. Por que ele é corrupto, mau gestor? Não. A máquina está criada de uma tal maneira que é impossível governar.”

Para o advogado, a posição do ministro Edson Fachin foi “estratégica”. “Foi melhor para as cortes e para os tribunais brasileiros que fosse 6 a 1, do que 7 a 0”.

Ouça a íntegra da entrevista:

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