Eleições 2018

Objetivo do acordo de PT e PSB é derrotar o golpe, diz Paulo Teixeira

Para deputado do PSB de Minas Júlio Delgado, que defendia apoio a Ciro Gomes, ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda “sepultou nossa chance de apoiar o Ciro” ao rejeitar a vice na chapa do PDT

Câmara dos Deputados e JC Imagem

Teixeira, Marília e Delgado falam em unidade. Cada um com um pensamento

São Paulo – O PT retira a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco e o PSB abre mão de Márcio Lacerda ao Palácio da Liberdade em Minas Gerais. Esses são os dois pontos principais do acordo entre PT e PSB. “Está fechado”, segundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). Consequentemente, o PSB assume uma posição de neutralidade nacional na eleição para presidente da República, liberando seus diretórios estaduais.

Com o acordo, o governador Paulo Câmara, que já havia declarado apoio a Lula, fica com sua candidatura ao governo pernambucano fortalecida. Em Minas, ao retirar Marcio Lacerda da disputa pelo governo estadual, o PSB abre caminho para a reeleição do petista Fernando Pimentel.

O entendimento é de grande abrangência. No caso de Pernambuco, do ex-governador pessebista Eduardo Campos, morto em 2014 e antigo aliado de Lula, a tendência é o entendimento contaminar o Nordeste. Em Minas, pelo enorme significado político e eleitoral do estado. “Agora eles vão apoiar Lula no Nordeste, ou o candidato do Lula. Devem apoiar nossa candidata no Rio (Márcia Tiburi) e a gente vai reforçando uma frente de esquerda”, diz Paulo Teixeira.

O objetivo do acordo, para o parlamentar, é claro. “Primeiro, temos que estabelecer um mecanismo de derrotar o golpe. Precisamos unir a esquerda para derrotá-lo. Nossos inimigos são o Alckmin, o Bolsonaro, todo esse sistema de poder. Achamos que temos que construir uma frente de esquerda, que é construída não com a hegemonia de um partido, mas de maneira compartilhada. Você une a esquerda no combate contra o golpe e em torno do Lula”, diz.

O petista discorda das avaliações veiculadas nas mídias (alternativa ou corporativa) que enfatizam Ciro Gomes (PDT) como isolado e grande derrotado no processo. “Particularmente, sou favorável a um diálogo com Ciro, para ele se unir conosco. Mas tanto as pesquisas como esse entendimento, mostram que a centralidade da esquerda é o Lula”, explica. “Eu não trabalho para isolar o Ciro, mas acho que a gente deveria fazer um esforço para dialogar com Ciro e trazê-lo para essa frente de esquerda. Não tenho nenhum objetivo de isolar o Ciro. O objetivo é unir a esquerda.”

O deputado federal Júlio Delgado, do PSB mineiro, defendia dentro do partido o apoio a Ciro Gomes, com o ex-prefeito peessebista Márcio Lacerda como vice. Mas Lacerda, na terça-feira (31), renunciou cabalmente a qualquer possibilidade de ser vice de Ciro.  “Se ele topasse, apoiaríamos o Ciro. A partir do momento em que Márcio tirou o nome dele da dobrada com Ciro, ele ficou rifado no processo”, avalia.

Para Delgado, a decisão de Márcio Lacerda de recusar ser vice do PDT “sepultou nossa chance de apoiar o Ciro”. “Defendi que Márcio aceitasse ser vice do Ciro para a gente ter um nome. Teríamos uma convenção do PSB com um nome. Mas o Márcio tirou o nome dele da disputa e deixou a tese da neutralidade se fortalecer dentro do partido”, lamenta Delgado.

Em coletiva, a vereadora Marília Arraes, pré-candidata do PT ao governo pernambucano, demonstrou inconformismo com o acordo. Ela afirmou que respeita a decisão do partido, mas vai recorrer.

 

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