Eleições 2018

No primeiro debate para governo do Rio, adversários miram em Eduardo Paes

Garotinho menciona 'R$ 183 milhões roubados por Cabral', mas não cita denúncias contra sua gestão. Marcia Tiburi lembra omissão no caso Marielle e exalta Lula. Romário fala em auditoria geral

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No debate, Eduardo Paes foi associado a grupo de Cabral, a falência do estado do Rio e defendeu a intervenção militar

Rio de Janeiro – Os ataques dos adversários ao ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) foram a tônica do primeiro debate dos candidatos ao governo do estado do Rio de Janeiro na televisão, realizado na noite de ontem (16) pela Bandeirantes. Em segundo lugar na mais recente pesquisa eleitoral divulgada, com 19% das intenções de voto e atrás somente de Romário (Podemos), que aparece com 25%, Paes teve de se defender várias vezes das acusações de que pertence ao grupo político que “levou o Rio à falência”.

O ex-governador Anthony Garotinho, candidato pelo PRP que aparece em terceiro lugar na mesma pesquisa com 14% das intenções de voto, foi o mais insistente nos ataques a Paes: “Foram R$ 183 milhões roubados por Sérgio Cabral (MDB). O povo tem que arrancar a máscara do candidato que está se escondendo para não dizer que é o candidato do Cabral e do Picciani”, disse.

Garotinho prometeu “tirar o Estado das mãos da quadrilha do MDB”, não citando o fato de que o seu próprio governo foi marcado por diversas denúncias de malversação de verbas públicas: “Desde o primeiro dia do governo Cabral, o plano era saquear os cofres públicos”, disse.

Romário prometeu “uma auditoria completa” nas contas do Estado: “Vou jogar todo o lixo da máquina pública fora e mostrar para o povo para onde vai o seu dinheiro”, disse.

Os candidatos de esquerda também elegeram Paes como alvo principal: “A maior parte dos candidatos presentes a este debate parece louca pelo poder. Mas, alguns deles ajudaram a estragar o Rio de Janeiro. O poder tem que ser bom para o povo”, disse Márcia Tiburi, candidata pelo PT.

A petista lembrou que já se passaram 150 dias desde o assassinato da vereadora Marielle Franco sem que o estado desse uma resposta à sociedade: “Uma mulher é assassinada por dia no Rio, assassinada pelo estado que o senhor, de alguma forma, representa. Nosso estado é genocida, e a população pobre e negra é que tem morrido”.

Tarcísio Mota (Psol) afirmou que “os governos de Cabral e Pezão assaltaram o Rio” e provocou o ex-prefeito: “Todo mundo sabe que você é cria do Cabral. Você saiu do MDB, mas o MDB não saiu de você”, disse.

Lula vai vencer”

Márcia Tiburi criticou “os candidatos que apoiam o governo golpista” e denunciou a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Lula está preso de forma injusta por se preocupar com as pessoas pobres. Mas, Lula vai vencer as eleições e eu também. E vamos mudar a política do Rio de Janeiro”.

A candidata do PT lamentou: “Aqui só tem candidato branco. E, de mulher, só eu”. Em seguida foi “corrigida” por Romário: “Quero fazer uma correção à professora Márcia. Eu sou o negro deste debate”, disse. Em sua fala final, o senador ressaltou suas origens: “Nasci na Favela do Jacarezinho. Sou uma pessoa de origem humilde”.

Não à intervenção

A intervenção do governo federal na Segurança Pública do Rio foi um dos temas predominantes no debate e alvo das críticas de quase todos os candidatos. Garotinho afirmou que “esta intervenção não disse a que veio”. Já Romário disse que mudou sua opinião: “Para mim foi, em determinado momento, fundamental. Agora sou contra”, disse.

Tarcísio Mota foi o mais contundente: “A polícia no Rio tem os pobres como inimigos. A defesa da vida é o sentido da Segurança Pública, não a defesa da morte”, disse. Márcia Tiburi seguiu na mesma linha: “Sou completamente contra esta intervenção. O governo golpista quer usar o Rio como vitrine”.

Já Eduardo Paes defendeu a intervenção: “Foi necessária, mas falta comando na Segurança Pública do Rio. Se eu for eleito, vou pedir que as Forças Armadas continuem trabalhando junto com o governo estadual”. O candidato do DEM disse que as políticas para o setor serão prioridade em seu eventual governo: “Vou fortalecer o papel das delegacias especializadas e reduzir a violência nas ruas. As comunidades sofrem muito com isso. Morrem policiais, morrem trabalhadores. Vamos fazer uma retomada de territórios”, prometeu.

Para se contrapor aos ataques dos adversários, Paes afirmou sua experiência administrativa: “Fui prefeito durante oito anos e aprendi uma coisa: qualquer crise precisa de pessoas que tenham conhecimento da máquina. Vou levar a experiência como prefeito para todo o estado”, disse.

Também participaram do debate os candidatos Pedro Fernandes (PDT), Indio da Costa (PSD) e Wilson Witzel (PSC).

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