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Multidão se une em marcha para registrar candidatura de Lula à Presidência

Mobilização que adquire caráter histórico reúne trabalhadores, parlamentares e movimentos sociais que chegaram a Brasília vindos de diversas localidades do país

Cláudia Motta

Por trás da faixa com os dizeres ‘Lula está preso injustamente’, lideranças e parlamentares se juntaram ao povo

Brasília – A grande marcha popular para acompanhar o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), hoje (15), reúne movimentos que chegaram a Brasília nesta segunda-feira (13), vindo de diversas localidades, com trabalhadores, estudantes, governadores, parlamentares

Por trás da enorme faixa com os dizeres “Lula está preso injustamente”, lideranças e parlamentares se juntaram ao povo. “Lula livre é o povo livre, são os direitos humanos sendo observados, os gritos de milhares de homens, mulheres, trabalhadores e trabalhadoras”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS), de cima do carro de som. “Estou vendo um rio de gente em Brasília neste dia tão importante para todos nós. O povo está aqui caminhando porque sabe que seu poder é transformador”.

Unindo-se aos manifestantes em marcha nas ruas de Brasília, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) qualificou como fake news a atuação do juiz Sergio Moro e do Judiciário no julgamento de Lula. “Tanto se fala em fake news nos dias de hoje, principalmente os ministros do TSE, mas a maior de todas as fake news foi a que o juiz Sérgio Moro praticou contra Lula”. “Sigamos em frente, registrar juntos a candidatura de Lula à Presidência”, conclamou.

“É impressionante termos uma manifestação desse porte e nada disso ser noticiado pelas grandes emissoras de TV, principalmente, sem falar nos demais veículos. As pessoas que estão aqui estão fazendo sacrifício. Isso é convicção e luta. Esse pessoal não está sendo pago para estar aqui. Mas vamos vencer estas lutas nas eleições”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Destacando a emoção com todos os gestos que têm visto na capital do país, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi enfático. “Hoje é um dia muito especial. Já vi várias manifestações e percebo que as pessoas estão marchando com emoção. A gente não teria condições de lançar a candidatura de Lula, e graças à luta destes brasileiros, não só a lançamos como vamos hoje registrar essa candidatura. É um dia muito importante para a democracia deste país”.

“Fizemos uma longa travessia para chegar até aqui, para registrar esta chapa no TSE. O ato de levarmos o registro da candidatura de Lula à presidência da República não é um ato de desobediência à lei e sim um ato de obediência ao povo e à Constituição Federal”, ressaltou o candidato a vice-presidente de Lula, Fernando Haddad.

“Pelo código eleitoral, Lula tem todas as prerrogativas dos outros candidatos, mesmo que sua candidatura esteja sob judice. Isso até que haja o julgamento e seja considerado que ele não pode ser candidato, o que só pode acontecer no final da apresentação de todos os recursos”. E destacou: “Leiam o código eleitoral, está escrito lá: a partir do momento em que é candidato, Lula tem o direito de ter seu programa de governo divulgado e debatido perante a sociedade. Mas queremos mais, queremos que ele possa gravar vídeos e até ir aos debates”, disse Haddad.

A presidenta do PT no DF, deputada Erika Kokay chegou cedo na manifestação. “Termos aqui trabalhadores de todos os locais do país. Vão ter que escutar o nosso coro, nossa voz, o coro da cidadania, coro pela melhoria do país. As pessoas que estão aqui, são pessoas que veem todos os dias o golpe entrar nas suas casas com mais recessão e cada vez mais perda de direitos. Não estamos indo até o TSE apenas para pedir por Lula livre, mas para pedir por Justiça e pelo fortalecimento da democracia no país. Sabemos que tudo isso passa por Lula na presidência”, disse Erika.

Convocação 

Pouco antes, por volta das 13 horas, o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) e outros parlamentares protocolaram requerimentos para convocação da procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador Thompson Flores, e o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro.

Os deputados querem explicações sobre a entrevista veiculada no último domingo pelo jornal O Estado de São Paulo, na qual Galloro disse ter sido pressionado, por telefone, pelo juiz federal Sérgio Moro para não soltar o ex-presidente Lula após apesar da liminar concedida pelo desembargador Rodrigo Favreto.

Nos requerimentos, os parlamentares enfatizaram que estas autoridades convocadas expliquem, durante audiências no Congresso, “a desobediência a uma ordem de soltura do ex – presidente Lula no dia 8/7, em flagrante violação da lei”.

Pela manhã, Fernando Haddad e a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, visitaram o acampamento dos manifestantes em greve de fome, no ginásio Nilson Nelson. Na conversa, o agradecimento pelo apoio ao registro da candidatura de Lula e, principalmente, pelo ato extremo pela libertação do ex-presidente.

Com reportagem de Hylda Cavalcanti