Ato extremo

Manifestantes entram no sexto dia de greve de fome por justiça no STF

Os seis ativistas passaram hoje por exame médico. Ontem, receberam visitas e o abraço de pessoas, em demonstração de solidariedade, em missa na Catedral Metropolitana

Adilvane Spezia

Ativistas em greve de fome participaram de celebração na Catedral Metropolitana de Brasília

São Paulo – Rafaela Alves, Luiz Gonzaga Silva (Gegê), Vilmar Pacífico, Zonália Santos, Frei Sérgio Görgen e Jaime Amorim entraram hoje (5) no sexto dia de greve de fome por justiça no país, o que inclui a liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Avaliação médica realizada hoje pelo médico Ronald Wolff indica melhora na pressão arterial de dois grevistas, que estava alterada, em resposta a  tratamento anti-hipertensivo. “Tivemos  que refazer o tratamento da hipertensão arterial sistêmica dele, o que foi feito com sucesso, pois as dores de cabeça diminuíram”, afirmou o médico.

Os ativistas apresentam também sintomas de cansaço, fadiga e dores musculares. Além disso, começaram a perder peso –- entre 2,1 e 5,6 quilos –, e têm sofrido com a baixa umidade de Brasília. “A respiração está bem, mas é afetada pela baixa umidade do ar. Quando cai a ingestão de líquidos, os batimentos cardíacos se aceleram, o que é remediável com hidratação adequada.”

Ontem eles participaram da celebração da missa na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Brasília.

Na ocasião dezenas de pessoas os procuraram para manifestar solidariedade, trocar um abraço, tirar uma foto ou simplesmente registrar a gratidão pelo gesto empreendido em nome de todo o povo brasileiro. Momento em que, para eles, revelou-se como um alimento para a alma e energia para seguir com a greve de fome por justiça no Supremo Tribunal Federal.

O grupo foi visitado por integrantes da juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag), que está reunida em Brasília no Encontro Nacional Jovem Saber. “Senti muita emoção nesse momento, em saber que tem companheiros e companheiras que lutam além do que muitas vezes a gente imagina, pessoas que se doam, ficando sem alimento para lutar por uma nação, por uma pátria livre, com alimentação e dignidade para todos e todas”, disse a jovem Mônica Bufon Augusto.

Outra visita foi a deputada federal e presidenta do PT do Distrito Federal Érika Kokay. A parlamentar destacou o ato extremo de luta como denúncia da volta da fome, do aumento da violência e a destruição da democracia.

“Estamos aqui em solidariedade aos que estão abrindo mão do alimento para que todos possam se alimentar nesse país, para nós tenhamos saciadas todas as fomes que o ser humano carrega, a gente tem fome de pão, mas a gente também tem fome de justiça de beleza, de igualdade, essa fome de humanidade que nós vamos saciar com o Lula Livre. Os companheiros abrem mão do alimento para que todos possam se fartar de alimento e justiça”, disse Érika.

Com informações de Adilvane Spezia e Marcos Corbari, militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Rede Soberania