Plano de governo

Haddad: PT vai retomar Minha Casa Minha Vida e investimentos em infraestrutura

Em João Pessoa, candidato a vice na chapa de Lula volta a afirmar a jornalistas que o TSE tem que decidir a quem vai ouvir sobre candidatura do ex-presidente: as Nações Unidas ou o governo Temer

Reprodução

“Queríamos e queremos. Estaremos juntos no segundo turno”, disse Haddad sobre Ciro Gomes

São Paulo – Em entrevista coletiva em João Pessoa, o candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (23) que, se eleito, uma das metas de um eventual governo do PT será retomar as obras do Minha Casa Minha e de infraestrutura no país. “São 40 mil unidades (do Minha Casa Minha Vida) imediatamente. Serão medidas emergenciais para no ano que vem a gente crescer 3% ou 3,5%.” Objeto de “temor” do mercado financeiro, o ex-prefeito de São Paulo afirmou que não terá problemas em fazer parcerias com o capital.

“Vamos fazer parceria com o setor privado. Não em todos os casos, mas nas áreas de saneamento, iluminação pública, ferrovias, estradas. Mas o Estado vai ter que ter dinheiro para ativar as obras paradas”, disse. Porém, Haddad afirmou que os banqueiros “vão ter que se sentar com o governo e se explicar”. “Cartel no Brasil não vai ter mais, se depender do governo Lula. Vamos enfrentar os bancos.”

Perguntado sobre a questão das dificuldades jurídicas impostas à candidatura Lula, voltou a afirmar que “a resposta cabe ao TSE”. “A ONU se declarou a favor da candidatura do Lula na semana passada. Entraram com recursos contra. O tribunal tem que decidir a quem ele vai ouvir: se as Nações Unidas e os tratados internacionais aprovados pelo nosso Congresso ou se vai ouvir o governo Temer, o Aloysio Nunes (ministro das Relações Exteriores) e o ministro da Justiça.”

Haddad voltou a dizer que o Código Eleitoral é claro no sentido de que Lula pode participar dos debates, a menos que a interpretação dos juízes seja estranha à legislação. “Se fizerem nova leitura da lei, pelo menos que permitam um representante.” Ele observou que os candidatos têm medo da presença de Lula nos debates.

“Não sei o que os adversários têm a temer. O Guilherme Boulos tem dito que é direito do Lula participar dos debates. Mas é o único. Todos os outros parecem temer. Se, quieto, ele subiu dez pontos nas pesquisas, falando eu nem sei o que pode acontecer. Se ele só aparecer e ficar quieto, já sobe nas pesquisas. O povo está com saudade de ter um presidente, uma autoridade conduzindo o país”, disse Haddad.

Ele afirmou que no momento não se coloca como candidato. “O desejo sincero nosso é que Lula seja o candidato. Estamos recorrendo a todos os meios legais, inclusive no plano internacional.”

Segundo Haddad, o candidato do PDT, Ciro Gomes, foi procurado para compor chapa com o PT. Embora o pedetista tenha preferido manter sua candidatura, a expectativa seria de união no segundo turno. “É um direito do PDT ter candidato próprio, mas houve um esforço do PT para que ele estivesse conosco nesse momento. É de conhecimento público. Queríamos e queremos. Estaremos juntos no segundo turno”, afirmou.