nas telas

Documentário sobre o golpe e perseguição a Lula é lançado em Porto Alegre

Estreia do curta foi realizada no CineBancários, onde será exibido com exclusividade até esta quinta-feira (16)

RICARDO STUCKERT

Filme aborda sistema eleitoral, até a influência do judiciário, da mídia e das redes sociais na crise política

São Paulo – Foi lançando na última terça-feira (14), em Porto Alegre, o documentário Golpe, de Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol. O curta traz uma cronologia e reflexão sobre os fatos políticos que marcaram o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva Lula.  A estreia do documentário foi realizada no CineBancários, no centro da capital gaúcha, onde será exibido exclusivamente até esta quinta-feira (16).

Luiz Alberto conta que reuniu para o trabalho imagens captadas desde 2015. “Ou seja, já havia muito material de arquivo. A partir disso, veio a ideia de fazer o documentário. Com esse material bruto gravado e as imagens de outras mídias, trabalhamos com essa linguagem do documentário e buscamos os entrevistados”, relata ao repórter Guilherme Oliveira, da TVT.

O documentário reúne testemunhos de cientistas sociais, historiadores, jornalistas, artistas e ativistas de movimentos sociais. Analisam desde o sistema eleitoral, até a influência do judiciário, da mídia e das redes sociais na crise política. “Ele tem uma força muito grande junto ao público, porque faz uma reflexão muito atual dos fatos políticos e sociais que estão envolvidos, tanto na deposição de Dilma quanto na prisão de Lula”, diz o diretor Guilherme Castro.

O filme também aborda o contexto das reformas neoliberais impostas à população e a ascensão do fascismo político e social que seguem em curso no país. “Dentro do possível, a gente tentou dar um outro olhar: o que representa e o que representará, por muitos anos, a falta de investimento em educação, saúde, intervenção militar (no Rio de Janeiro), extermínio da juventude negra, inclusive a questão da Marielle Franco”, explica Gleidson Dias, do Movimento Negro Unificado.

O filme foi construído com uma câmera ‘nervosa’, numa filmagem dinâmica e ágil, também em conformidade com o tema. A cientista política Katia Azambuja foi uma das entrevistas e falou sobre aspectos machistas no golpe que derrubou Dilma Rousseff. “Várias facetas do golpe tiveram presença do machismo e da misoginia, contra a presidenta Dilma. Muitos elementos que aconteceram foram pelo fato de ela ser mulher”, afirma.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT: