comprometimento

Marinho afirma que risco de aliança do PT com Márcio França em SP ‘é zero’

Convidado de Juca Kfouri, Luiz Marinho reafirma pré-candidatura ao governo de São Paulo e defende estratégia nacional. 'É nítida a pressão da mídia empresarial para que o PT abandone Lula

reprodução/facebook

‘Me disponho a qualquer sacrifício por Lula livre’

São Paulo – “Pelo Lula, faço qualquer coisa. Ele merece a confiança. Ele lidera um projeto de nação com emprego, saúde e educação”, disse o pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Luiz Marinho, sobre se aceitaria deixar sua candidatura em detrimento da liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril. A afirmação foi feita pelo jornalista Juca Kfouri em seu programa Entre Vistas, da TVT, que foi ao ar hoje (24). “Me disponho a qualquer sacrifício por isso”, completou.

Marinho falou sobre sua candidatura e também sobre a conjuntura política nacional. O pré-candidato defendeu sua candidatura e desmentiu boatos que correram a mídia. Kfouri questionou: “Li ontem que há uma articulação do PT para lançar vice do Márcio França (pré-candidato pelo PSB). Seria ou a Míriam Belchior ou o Aloysio Mercadante. O PT abandonaria a candidatura para fazer essa dobradinha?” Marinho respondeu: “A veracidade disso é zero”.

O pré-candidato, que foi prefeito de São Bernardo do Campo por dois mandatos, além de ter assumido duas pastas durante o governo Lula, da Previdência e do Trabalho, ironizou a possibilidade. “Tem jornal que aumenta as coisas e outros que inventam. Liguei para a Míriam, que é minha amiga, e perguntei, brincando, se ela estava tramando contra mim. Ela riu e disse que nem se ela quisesse, porque o título dela está registrado na Bahia. Credibilidade zero.”

Já sobre as possíveis alianças que sua candidatura está buscando para o pleito estadual, Marinho disse que no campo político-partidário será modesta, mas existem uma mobilização expressiva em outros setores. “Nossa aliança é ampla, geral e irrestrita como o povo trabalhador. A mais ampla aliança do PT. Será a primeira vez que teremos o apoio integral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Movimentos sociais, temos quase todos. Do ponto de vista partidário, será singelo e importante. Para respaldar a candidatura, teremos a parceria do PCdoB. Esperamos ter uma companheira do partido como vice.”

Ao lado de Marinho e Kfouri, compôs a roda de conversas a jornalista Eleonora de Lucena, que questionou o pré-candidato sobre a importância de Lula para as candidaturas estaduais do PT. “Temos muito a trabalhar com a imagem de Lula na campanha. Mesmo com essa eventual e injusta prisão dele, esperamos tirá-lo de lá para que ele participe efetivamente da campanha. O Lula representa a esperança do povo brasileiro, que espera por Lula.” Sobre como articular pela liberdade do ex-presidente, ele disse que é preciso “romper com as manobras da dupla Cármen Lúcia e Edson Fachin (ministros do Supremo Tribunal Federal). Temos que cobrar para que julguem o mérito de seu processo. Vamos brigar até a última gota de suor e sangue para levar Lula até o fim.”

Kfouri questionou se não seria necessário maior mobilização popular e mostrou estranhamento no silêncio das ruas. “Como quebrar essa força que impede que Lula recupere todos os seus direitos? Como recuperar as ruas e garantir que ele possa ser candidato? Por que as pesquisas mostram tamanha preferência por ele, mas as ruas não se mobilizam para que isso aconteça?”. Então, Marinho falou sobre a agenda de mobilizações do mês. “Teremos o festival no Rio de Janeiro domingo (28). E temos a intenção de levar 100 mil pessoas para Brasília no dia do registro de candidatura do Lula (15 de agosto). Esse é o objetivo, além de esquentas no dia 3, em São Paulo, 10 , em todo o país, para respaldar esse desejo de termos Lula.”

Além desse desejo, evidenciado nas pesquisas de intenção de voto que sempre colocam Lula como favorito, outras forças ainda influenciam no pleito nacional, Marinho falou sobre os aliados e os opostos dentro deste cenário. “Veja, é nítida a pressão da mídia empresarial para que o PT abandone Lula. Dizem: ‘Será que vocês não entendem que ele não vai ser candidato?’. Pera um pouquinho. Temos a maior bancada na Câmara e a maior liderança do país. Agora, se se esgotarem recursos, o processo dele transitar em julgado, aí trabalharemos como se fossemos ele. Mas até isso, vamos até o final. Não vamos desistir jamais do sonho de ter Lula liderando esse país, até porque não acredito que qualquer outro tenha a mesma capacidade de liderar diferenças.”

“Agora, sobre os aliados, o ideal é que não tivéssemos candidatos enquanto Lula estivesse impedido”, continuou, “Lá na frente, veríamos o que fazer. Mas cada partido resolveu sair brigando pelo seu legado. De alguma forma, isso representa a busca por sua herança. Meu sentimento é que esse é um erro de visão, porque o que está em disputa não é a perseguição ao PT e ao Lula, e sim a um modelo de sociedade. Vide o impeachment da Dilma. Fizeram para tomar nossas riquezas, nosso petróleo, para privatizar estatais, para retomar a agenda do FHC”, disse, ponderando que, mesmo com sua visão, não é correto guerrear com aliados. “Há uma composição de visões que estamos juntos na defesa da soberania, da democracia e em torno de uma candidatura no segundo turno.”

 

Leia também

Últimas notícias