para a história

Lula a líder metalúrgico: ‘D. Pedro criou o Dia do Fico. Eu vou criar o Dia do Volto’

'Dia do Fico foi determinante para a proclamação da independência', observa presidente do sindicato. 'O que vivemos no Brasil, quase 200 anos depois, é a necessidade de não voltarmos a ser colônia'

SMABC

Lula e Wagner Santana no dia em que o dirigente assumiu a presidência do sindicato

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma, por meio de mensagem enviada ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, ter certeza de que “pode recuperar o Brasil, os empregos, salários, escola, saúde, autoestima, dignidade e soberania do povo brasileiro”. O bilhete, escrito a mão, foi enviado por Lula em agradecimento por receber um agasalho daquele sindicato, presente do dirigente metalúrgico: “Vou usar a blusa com muito orgulho, pois os trabalhadores e este Sindicato são a minha própria vida”, diz Lula.

Eu também tenho a mesma certeza do ex-presidente“, responde Wagnão, em mensagem divulgada pelo site do sindicato. Lula faz, em sua mensagem, uma paródia da história do Brasil. Lembra que o imperador Pedro I, em 9 de janeiro de 1822, instituiu o Dia do Fico – permanecendo no país, quando a Coroa requisitava seu retorno à Portugal – e que ele, Lula, por sua vez, criará o “Dia do Volto”.

A sede do Sindicato dos Metalúrgicos dos ABC foi a “casa” de Lula durante toda sua formação como líder político. Especialmente nos três dias de vigília, em abril, quando o ex-presidente permaneceu rodeado de lideranças sindicais, políticas, movimentos populares, intelectuais – e de povo – antes de decidir, junto com a família, acatar a ordem de prisão por parte do juiz Sérgio Moro, mesmo considerando uma prisão política e absurda.

Wagner Santana, trabalhador da Volkswagen, assumiu a presidência da entidade há um ano. “O episódio (Dia do Fico) foi determinante para a proclamação da independência do Brasil, em 7 de setembro daquele mesmo ano”, observa o dirigente. “O que vivemos atualmente no Brasil, quase 200 anos depois, é a necessidade de não voltarmos a ser colônia, com a venda de nosso patrimônio, da Petrobras, da Embraer, da Eletrobras, entre outras empresas que compõem a riqueza de todos os brasileiros e que os golpistas que tomaram de assalto o governo estão entregando ao capital internacional.”

No bilhete, Lula pede ao amigo que diga “alto para todo mundo ouvir, “sou candidato a presidente, porque tenho certeza que posso recuperar o Brasil”. “Os adversários sabem que quando governei o Brasil foi o melhor momento da nossa história, por isso não querem que eu possa ser candidato.”

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos completa: “O Dia do Volto, em que Lula voltará aos braços do povo, fará o Brasil feliz outra vez”.