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Juca Kfouri recebe Haddad, Laura Carvalho e Mônica Bergamo no ‘Entre Vistas’

Programa da TVT terá nesta terça-feira (31) o ex-prefeito e coordenador do programa de governo de Lula. Entre os temas, a conjuntura política do Brasil, com foco para a prisão do ex-presidente

TVT reprodução-DCM-© bandnews

Juca Kfouri recebe Fernando Haddad para o Entre Vistas ao lado de Laura Carvalho (ao alto) e Monica Bergamo

São Paulo – O programa Entre Vistas, da TVT, recebe nesta terça-feira (31) o coordenador do programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad. Ao lado do apresentador, Juca Kfouri, compõem a roda de debates a economista Laura Carvalho e a jornalista Mônica Bergamo. Entre os temas, a elaboração do plano de governo do PT, além de reflexões sobre a conjuntura política nacional.

“Nosso programa está bem detalhado, até demais. Queremos deixar ainda mais compreensível”, disse Haddad, que tem como experiência política o Ministério da Educação, durante o governo Lula e o mandato como ex-prefeito de São Paulo (2012-2016). “O PT tem a vantagem de ter uma grande capilaridade na sociedade”, afirmou, sobre a formulação do plano de governo. “Todo mundo quer se ver representado, então você aprende demais. É um exercício de humildade. Você chega com suas ideias e sofre pressão da base. Você aprende que os problemas são aqueles que você imaginava e muitos outros. O projeto é participativo”, disse.

Haddad foi questionado sobre a viabilidade de plebiscitos revogatórios, a fim de rever as medidas adotadas pelo presidente Michel Temer (MDB) e sua base, visto que ele vem aplicando uma agenda que não foi eleita em 2014. “Vou dar como exemplo o pré-sal”, disse Haddad. “Entendemos que aquela riqueza deva ser utilizada de uma maneira. Agora, o PSDB, que assumiu de certa forma o comando do país após o impeachment, veio com o projeto do (senador tucano José) Serra, que reformulou totalmente a exploração do pré-sal.”

Assista à íntegra a partir das 21h

“Olha, não seria o caso de questionar a população, de uma vez por todas, sobre quem é dono dessa riqueza?”, continuou. “Vamos discutir com a sociedade. como deve ser feito o uso dessa riqueza. Em uma campanha eleitoral você não tem como explorar todas as possibilidades. Em uma campanha específica, com tempo para os dois lados, é possível explicar o que é o pré-sal, qual pesquisa foi feita, a tecnologia, os engenheiros que se dedicaram, qual a escala da riqueza, quanto podemos atingir de reservas.” O ex-prefeito defendeu a consolidação de um modelo de exploração do petróleo como política de Estado, para avançar em outros temas.

Outro ponto de destaque da conversa foi sobre a manutenção de Lula como candidato, mesmo preso em Curitiba desde abril. “Diante de uma condenação sem provas, abrir mão de Lula seria politicamente e eticamente equivocado.” Para Haddad, a candidatura de Lula é assegurada pela lei eleitoral. “Estamos evocando a lei. Em caso de negativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), buscaremos liminar no Supremo. Não sou só coordenador do plano de governo, sou ‘advogado’ do Lula e vou lutar até o último minuto para que ele esteja na urna em outubro.”

“Acredito nisso e acho que o Brasil teria uma grande oportunidade. Ele é o brasileiro que mais conhece de política externa. Veja a quantidade de apoios que ele vem recebendo. Não podemos abrir mão”, disse, ao citar nomes como o senador democrata norte-americano Bernie Sanders, que lidera uma campanha de apoio ao ex-presidente.