Eleições 2018

PCdoB discute ‘hipóteses’ sobre pré-candidatura de Manuela D´Ávila

Especulações sobre pré-candidatura envolvem cenário em que ela seria vice de Lula. Comunistas são também assediados por Ciro Gomes, que na segunda-feira se reuniu com governador do Maranhão, Flávio Dino

Luiz Claudio Barbosa/Código19/Folhapress

Manuela já afirmou que será candidata, mas negociações podem resultar em outras hipóteses

São Paulo – Até o momento, uma aliança do PT com o PCdoB em chapa reunindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a pré-candidata comunista Manuela D’Ávila, que seria vice, não passa de especulação. Que não é nem confirmada, nem negada por dirigentes de ambos os partidos. Em reunião que o PCdoB realiza nos próximos dias, esse será um dos temas em pauta.

“Vamos ter essa reunião no final de semana para discutir o cenário. Até a reunião, não deve ter nenhuma novidade. Precisa haver um debate, existem várias hipóteses sendo consideradas”, diz o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

A hipótese de Manuela ser vice de Lula não é descartada. “Mas nem afirmada. Até sexta-feira não tem nada que possa ser seguro”, afirma o parlamentar.

Sobre a informação segundo a qual a decisão pela aliança poderia ser selada em reunião nesta quinta-feira (18), entre PCdoB e PT, o deputado comenta: “Mesmo que tenha reunião, não vai ser tomada nenhuma decisão fora do final de semana. A direção do PT e do PCdoB tem se reunido semanalmente, assim como temos nos reunido periodicamente com a direção do PDT. Vamos definir o rumo do PCdoB na reunião da direção do PCdoB. A princípio, nossa perspectiva é manter a candidatura da Manuela D’Ávila”, acrescenta.

Membro da Executiva Nacional do PT, Paulo Pimenta, deputado federal pelo Rio Grande do Sul, mesmo estado de Manuela, é lacônico sobre a questão. “Estou no interior do estado e não tenho nenhuma informação sobre isso. Creio ser especulação.”

As movimentações do pré-candidato pelo PDT Ciro Gomes, porém, podem resultar em outro cenário, já que o PCdoB é assediado tanto pelo PT quanto pelo PDT. Na segunda-feira (16), Ciro esteve com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em São Luís.

Em maio, o governador maranhense, aliado histórico de Lula, defendeu que seu partido e o Psol renunciassem a suas candidaturas para apoiar Ciro. “Está chegando o momento de admitir uma nova agenda. Se não oferecermos uma alternativa viável, você pode perder a capacidade de atrair outros setores do centro que se guiam também pela viabilidade”, afirmou na ocasião.

Nesta terça-feira (17), em evento na Força Sindical, Manuela voltou a defender unidade no campo progressista, mas afirmou: “Serei candidata”.

No mesmo dia, a pré-candidata do PCdoB foi recebida pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e foi criticada por setores da esquerda. “(…) Atendi ao convite do comandante Geral do Exército, que está recebendo os candidatos à presidência da República. Foi uma ótima conversa, na qual reafirmei a convicção do PCdoB de que as eleições debatam um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, democracia e defesa da soberania nacional”, escreveu Manuela no Twitter.

Logo após ser lançada como pré-candidata pelo partido à presidência da República, em novembro de 2017, Manuela D’Ávila afirmou que não seria vice de Lula. “Ninguém se lança candidato à presidência para ser vice. Nós lançamos a candidatura para eu ser candidata a presidência da Republica”, declarou à época.

Por outro lado, no início de junho, ela se dispôs a abrir mão de sua pré-candidatura se houvesse unidade no campo progressista. “A unidade da esquerda representa isto: nós estaremos todos unidos em uma única candidatura. Os outros três têm essa disposição?”, questionou.

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