Soberania nacional

Deputados propõem emendas a projeto que permite a exploração do pré-sal

Sob o governo Temer, contrato de cessão onerosa que garantia vantagens a Petrobras passa agora a privilegiar empresas multinacionais. Deputados tentam frear medidas do novo projeto

Arquivo EBC/Reprodução

“A PL para nós é um erro, é entregar um patrimônio do Brasil”, afirma Orlando Silva

São Paulo – A mobilização contra a aprovação do projeto de lei, o PL 8939/17, que permite à Petrobras vender até 70% dos seus direitos de exploração de petróleo do pré-sal, continua sendo articulada por parlamentares da oposição e outros contrários à proposta, e também por representantes dos petroleiros e especialistas do setor de energia. A expectativa é que, ainda nesta semana, sejam votados destaques ao substitutivo do projeto.

Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) contestou a prerrogativa de defensores da proposta, que a colocam como uma forma de a Petrobras atrair mais parceiros para investimentos na exploração do petróleo, já que segundo ele, a nova política visa apenas privilegiar as multinacionais em detrimento da empresa estatal.

“A Petrobras está de costas para o Brasil e só aumentando o lucro para atender seus acionistas que estão lá nos EUA, na bolsa de Nova York”, afirmou o deputado. Na próxima terça-feira (26), quando deve ser realizada a votação na Câmara de emendas ao projeto, o parlamentar pretende encaminhar um destaque que adia por nove meses o leilão da concessão dos direitos para outras empresas – que não a Petrobras – explorarem o pré-sal. A expectativa de Orlando Silva com a prorrogação é que as eleições deste ano garantam a vitória de um candidato do campo popular que possa corrigir a medida.

O parlamentar também comentou a atual política de preços dos combustíveis da Petrobras. “Aumenta todo dia. Dolarizar é errado porque, primeiro, ninguém ganha salário em dólar; segundo, porque nem todo combustível consumido no Brasil é importado, mas mesmo assim flutua de acordo com o dólar”, analisa. “E essa política está ligada a uma outra, absurda, que tem nome bonito, ‘desinvestimento’, mas que na verdade é de sucateamento das refinarias. Hoje, as refinarias no Brasil nem usam toda sua potência para refinar óleo, petróleo, porque preferem importar.”

Ouça na íntegra a entrevista completa: