crimes de ódio

Juninho Pernambucano aciona polícia contra ameaças de fascistas

Comentários sobre política levaram ex-jogador do Vasco, do Lion e da Seleção Brasileira a ser atacado por pessoas e grupos nas redes sociais. 'Chega de pilha e ódio irresponsável'

reprodução/twitter

Juninho: ‘Todos citados, inclusive quem participa indiretamente. Chega de pilha e ódio irresponsável’

São Paulo – O ex-jogador de futebol e comentarista esportivo Juninho Pernambucano denunciou nesta sexta-feira (29) a Polícia Civil contra os ataques que tem recebido via redes sociais. Juninho, ex-jogador do Vasco, do Lion (França) e da Seleção Brasileira, utilizar seu perfil no Twitter para expressar seu pensamento político. E passou a sofrer ameaças de grupos da extrema-direita.

Críticas a figuras públicas da política, do Judiciário, do futebol e do jornalismo são feitas com frequência. Seu posicionamento teria sido uma das razões que o levaram a ser demitido da Rede Globo.

“Dever cumprido”, disse o ex-atleta. “Delegacia de Crimes de Informática com atendimento de alto nível dos delegados Pablo Sartori e Marcos Motta, e o inspetor Carlos Lopes. Chega de ameaça e opressão. Todos citados, inclusive quem participa indiretamente. Chega de pilha e ódio irresponsável”, completou, ao postar no Twitter uma foto com os membros da Polícia Civil.

Juninho se posiciona de forma crítica e isso não é um fato tão recente. Em outubro do ano passado, o noticiário despertou para a polêmica quando o ex-jogador dispensou seguidores que apoiam o pré-candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro. “Apenas fiz um pedido, para não me seguirem quem tiver qualquer tipo de preconceito”, disse, ao chamar os apoiadores do candidato ultraconservador de “bolsominions”.

Depois disso, diversos temas passam pelas redes sociais de Juninho. Do chamado “pacote do veneno”, até críticas ao presidente Michel Temer (MDB), apoio à comunidade LGBT e mensagens em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba por processo do triplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato. Tudo isso, sem deixar de lado o futebol.

“Se o Brasil for campeão, mas você apoiou o golpe, lembre-se de uma coisa. Você ainda é um traidor de sua pátria. Mas ainda da tempo de lutar pela democracia e que as urnas continuem a solução. É só reconhecer que foi usado como milhares. Você será mais forte, acredite. #LulaLivre”, disse.

Outra declaração que despertou a ira dos reacionários ironizou o Árbitro de Vídeo (VAR), utilizado na Copa do Mundo. “Ainda bem que Moro (juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, em Curitiba) não foi escolhido para apitar a copa. Imagina ele vendo o VAR (leis). Nós íamos passar mais vergonha ainda, pois ele lutaria contra a imagem para salvar os seus. Acompanhado de um Power Point irresponsável, que entrou na mente das pessoas más e algumas boas”, disse, também ironizando a utilização do recursos pela força tarefa no Ministério Público, liderados por Deltan Dallagnol.

Muitas ameaças, mas também muito apoio. Um internauta escreveu dizendo “você é o cara. Continue, por favor. Não há personagens do esporte tão influentes na política como você está sendo atualmente”.

A vereadora de Recife Marília Arraes (PT), neta de Miguel Arraes e pré-candidata ao governo de Pernambuco, também se posicionou: “Toda solidariedade ao Juninho, pernambucano ilustre do futebol mundial. Ele está sofrendo ataques de ódio por se posicionar politicamente e reconhecer a importância de elegermos Lula presidente. Siga firme, Juninho. Não passarão!”.