São Paulo – Desde que Wellington Dias assumiu o governo do Piauí, em 2003, o estado viu seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) crescer de 0,4 para 0,7. De acordo com o petista, que está em seu terceiro mandato, o principal pilar do desenvolvimento regional é o fortalecimento dos pequenos empresários e donos de terra. No programa Entre Vistas, da TVT, apresentado pelo jornalista Juca Kfouri, o governador explicou que, com a ajuda dos governos Lula e Dilma, foi possível descentralizar ações do poder público, criando-se 12 territórios com prioridades distintas.

“Temos um crescimento diversificado, passando pelo turismo, fruticultura e energias renováveis. Temos um marco regulatório onde o pequeno também ganha, tornando o desenvolvimento inclusivo. O ‘grandão’ que vir investir em energia eólica, por exemplo, não vai comprar terra, vai arrendar cada torre que tiver na terra do pequeno. Isso nos ajudou a enfrentar a crise. Quem é que segura tirando do seu? O pequeno. O grande ‘mete a faca’ e demite todo mundo”, diz.

Wellington também afirma que não se pode dizer que o “Piauí é estado mais pobre do Brasil”. “O estado entrou no século 21 com um IDH de 0,4, com baixa renda e pouca expectativa de vida. Não foi só meu governo que mudou, foi o projeto do governo Lula que indexou o país inteiro, daí criamos um plano de longo prazo”, conta.

No programa, ele também comentou sobre a maneira como o desmonte dos bancos públicos, feito pelo governo Temer, tem afetado a região, já que R$ 11,9 bilhões dos R$ 12,3 bilhões em créditos para o estado vêm dessas instituições. De acordo com o governador, a política federal paralisou programas importantes como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Minha Casa, Minha Vida e Luz Para Todos.

Por outro lado, ele aponta que o estado tem mais estabilidade já que é um dos poucos que não têm dívidas com a União. “Quando houve a ideia de acolher os estados mais endividados, quisemos saber como ficaríamos. Foi acordada uma compensação de R$ 315 milhões para o Piauí. Em julho do ano passado foi dado o aval, mas tive que ir ao Supremo (para resgatar). Temos obras em rodovias importantíssimas no estado em 224 municípios que precisam desse dinheiro, que vai se multiplicar em outros investimentos.”

Curitiba

Wellington Dias foi um dos nove governadores e três senadores impedidos pela juíza Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara de Execução Penal, de fazer uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 10. Segundo o petista, esta é uma das provas de que as instituições brasileiras “se apequenaram”.

“É direito de quem está preso receber seus amigos. Nem fomos como autoridades, fomos como amigos. Não é razoável o Nobel da Paz não ser recebido. Não há nenhum presídio que consiga prender um líder como Lula, ele é maior e cada vez as instituições estão se apequenando”, afirmou.

Ele também lamenta a divisão política do Brasil, mas lembra que defender Lula vai além do famoso “Fla-Flu”. “Esse momento de intolerância divide as famílias e comunidades, por causa do ódio. Temos que voltar para a pauta ‘Brasil’. Eu defendo o Lula livre, não só por ser do PT, mas porque defendo a Constituição federal”, acrescenta.

Assista à íntegra do Entre Vistas a partir das 21h desta terça.