Prato Feito

PT de Mauá quer novas eleições, após prisão de prefeito por desvios na merenda

Prefeito Atila Jacomussi (PSB) e secretário João Gaspar foram presos em flagrante com montantes de dinheiro vivo não justificado em suas residências

reprodução/Prefeitura de Mauá

Dinheiro desviado da merenda escolar teria sido utilizado na campanha do prefeito de Mauá

São Paulo – Vereadores de Mauá, na Grande São Paulo, rejeitaram nesta terça-feira (15) pedido de impeachment contra o prefeito Atila Jacomussi (PSB). Foram 21 votos contra, e apenas Marcelo Oliveira (PT) votou a favor. O presidente da CâmaraAdmir Jacomussi (PRP), que comandou a sessão, é pai do prefeito. Átila e o seu secretário de Governo e de Transportes, João Gaspar, foram presos em flagrante na semana passada por desvios e fraudes em contratos de merenda escolar

O PT de Mauá, que havia feito o pedido de impeachment, estuda também entrar com ação no Ministério Público (MP-SP) pedindo a impugnação da chapa do prefeito, pois haveria indícios de que o dinheiro desviado teria sido utilizado durante a campanha eleitoral, em 2016. 

A Operação Prato Feito, realizada pela Polícia Federal na última quarta-feira (9), encontrou R$ 588 mil na casa de Gaspar e R$ 87 mil na residência do prefeito.

Não só o prefeito tem problema com a questão do dinheiro apreendido em flagrante, mas também tem esse dinheiro usado em campanha. A chapa foi eleita com irregularidade. A gente está estudando entrar com ação pedindo a impugnação da chapa, por conta do uso do dinheiro da merenda”, diz o presidente do PT de Mauá, Júnior Getúlio, à repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual, nesta terça, antes da decisão da Câmara que rejeitou o pedido de impeachment.

Segundo ele, o sentimento da população é de revolta. “Atila não tem mais condições políticas e morais de continuar à frente da cidade, depois desse envolvimento dele e do seu secretário de governo na corrupção da merenda.” 

A defesa de Jacomussi entrou na segunda-feira (14) com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que os recursos encontrados são oriundos do salário do prefeito, além de recebimento de aluguéis. A Justiça poderá exigir que a Câmara afaste oficialmente Jacomussi e dê posse à vice-prefeita, Alaíde Damo (MDB), porque, segundo a Lei Orgânica do Município, o prefeito não pode se ausentar do cargo por mais de 15 dias sem autorização da Câmara.

Ouça a reportagem da Rádio Brasil Atual: