Surreal

Haddad espera ‘mandato de arromba’. Okamotto pede mais mobilização

Coordenador de campanha, ex-prefeito considera que Lula seria ainda mais importante na Presidência no atual momento: 'Mundo carente de lideranças de vistas largas'

Twitter @pauloteixeira

Dom Angélico (esq.), Haddad (centro), Maringoni, Greenhalgh e Paulo Teixeira, entre outros: desafios à democracia

São Paulo – Presidente do Instituto Lula e companheiro do ex-presidente desde o tempo do então Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, nos anos 1980, Paulo Okamotto diz que o desafio, neste momento político, é ampliar a rede de defesa de Lula e convencer mais pessoas sobre a natureza do processo que o condenou. Mobilizar “milhões de brasileiros” para intensificar a pressão pela liberdade do petista.

“Eu conheço Lula. Convivi com ele, conheço a sua família. Aquele triplex é a coisa mais absurda do mundo. Que tipo de pessoa acredita numa história dessa? Mas muita gente acreditou”, disse Okamotto, durante o ato denominado Jornada pela Democracia, realizado na noite de ontem (14), em São Paulo. “Muitas vezes levanto à noite e penso que é um pesadelo”, afirmou, referindo-se à prisão do ex-presidente, que visitou na semana passada. “Ele está trancando num lugar que é quase uma solitária.”

Para o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, coordenador da campanha, o processo que envolve Lula é “surreal”, com o ex-presidente impedido de disputar a eleição “por uma ficção”. “Quem vai acreditar numa coisa dessa no futuro?”

Mesmo assim, ele considera que o golpe “deu errado”, por várias razões. “Eles não têm um nome. Eles só ganham essa eleição por WO. Estão solapando a democracia em nome de que projeto?”, questiona. Segundo Haddad, o ex-presidente, pensando no terceiro mandato, encomendou um plano de governo “de arromba”. “Ele efetivamente compreende o processo histórico como ninguém.” Para o ex-prefeito, pode haver um certo “momento de desmobilização, mas isso vai passar”: “Eles não têm chance de ganhar com esse projeto”.

Ex-ministro da Educação, Haddad afirmou considerar que Lula seria hoje ainda mais importante na Presidência da República. “Porque o mundo está carente de lideranças com vistas largas, com visão mais generosa, de integração, de diálogo, de construção da paz.”