Defesa

Lula e a prisão: ‘Eles não querem mais política de inclusão social’

Em vídeo feito por Frei Betto, ex-presidente reafirma estar com a consciência tranquila e critica Moro por 'obsessão'

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Ex-presidente disse a Frei Betto estar mais tranquilo agora do que em 1980, quando foi preso no Dops

São Paulo – Em vídeo feito pelo escritor Frei Betto, gravado durante a semana que passou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que sua prisão está relacionada com o fato de opositores serem contrários a políticas voltadas para a população mais vulnerável. “Não querem mais política de inclusão social. Só o fato do pobre comer bem para que incomoda eles, quanto mais se vestir, andar de avião e entrar na universidade”, disse Lula, reafirmando estar “tranquilo, de bem com a minha consciência, com a minha vida”.

“Eu duvido que o Moro, que o Dallagnol, os caras que fizeram as mentiras que estão fazendo contra mim, deitem toda a noite com a consciência tranquila e durmam como eu durmo”, acrescentou o ex-presidente. “Eu sei das mentiras que eles inventaram, que eles estão contando. Eu construí uma consciência do que eles queriam desde o começo. Eu sabia que o impeachment não era pra parar na Dilma.”

Na gravação, Lula disse que estava “meditando” e que tomaria a decisão correta em relação à decretação da prisão pelo juiz Sérgio Moro, a quem acusou de ter “mente doentia, obsessão” por ele. “Eu sou o sonho de consumo do Moro”, ironizou. “A palhaçada que fazem todo santo dia não pode ter fim se eu não for preso.” Ele atribuiu a decisão a “vaidade pessoal, quem sabe subordinação à Rede Globo de Televisão, que é quem manda hoje na Lava Jato”. Ontem, ainda no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente ressaltou não ser contra a operação, mas observou que as decisões e sentenças não poderiam ser determinadas pela opinião pública.

O ex-presidente disse ainda estar muito mais tranquilo agora do que em 1980, quando foi preso e levado ao Dops, durante uma greve dos metalúrgicos. Ele lembrou que naquela ocasião ele receava ser morto. Contou que havia uma cerração forte em São Bernardo e pensava que iria ser jogado em algum lugar da rodovia Anchieta. Quando ouviu no rádio o então cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, fazer a denúncia, pensou: “Tô salvo”.

No vídeo, Lula ainda cobrou o teólogo e escritor Leonardo Boff: “Você me prometeu o cachecol vermelho e não me deu”.

Assista ao vídeo:

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