Linhas tortas

A censura pós-golpe de 1964 e a imprensa brasileira na atualidade

Em vídeo, blog do jornalista Fernando Morais faz comparações entre a atuação da mídia tradicional do país em dois momentos: sob a ditadura civil-militar e atualmente, sob o governo de Michel Temer

Reprodução/Estadão

Para José Arbex, a censura em 64 era como um “quarto escuro” e hoje é como um quarto com muita luz. “Você está cego igual”

São Paulo – Qual o papel da imprensa brasileira? Ainda existe censura? Quais foram as formas de silenciar a imprensa durante o golpe de 1964? São comparáveis ao que vemos nos dias atuais? Com esses questionamentos, o blog Nocaute, do jornalista Fernando Morais, convidou alguns jornalistas e educadores para abordar o tema.

“O golpe de 2016 é jurídico, parlamentar e midiático, uma parceria entre os três eixos. Sem o trabalho jurídico prévio, que preparou o clima, como se a corrupção tivesse nascido com o PT, não teria havido o golpe parlamentar. E sem o apoio entusiástico da mídia, que levou multidões às ruas, não teria havido o golpe parlamentar. Sem a Globo, não teria havido o golpe comandado pelo Eduardo Cunha”, afirma o jornalista Rodrigo Vianna.

Para o professor de Jornalismo José Arbex, a censura pós-golpe de 1964 foi como um “quarto escuro”, onde não era possível enxergar nada. Hoje, analisa, a situação é oposta: uma luz ofuscante irradia do meio do quarto, deixando as pessoas cegas de tanta luz, ou seja, tanta informação, imagens e opiniões.

“Você está cego do mesmo jeito. Só que no quarto escuro, você sabia que estava cego, agora no quarto iluminado, você acha que está enxergando, e isso é muito mais perigoso. É um cego que não sabe que é cego.”

Assista ao vídeo:

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