Intolerância

Sede do PT de Mogi Mirim é atacada: ‘Ódio das redes sociais está indo para as ruas’

Presidente da legenda na cidade do interior paulista acompanha investigações. Ataques também atingiram sua residência. Manifestações de apoio demonstram 'que a população não deseja esse tipo de coisa'

Divulgação/PT

Xingamentos e símbolo nazista pichados nos muros da sede do partido e residência de dirigente em Mogi Mirim

São Paulo – Após os ataques à sede do PT em Mogi Mirim, no interior de São Paulo (a cerca de 155 quilômetros da capital), o presidente do diretório municipal do partido, Ernani Donatti, critica o acirramento de atos de ódio e o desprezo à convivência democrática. Na última sexta-feira (26), os muros da sede do PT e da casa de Donatti foram pichados com xingamentos ao partido e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e símbolos nazistas. 

“Observamos que uma parte da população ‘saiu do armário’ em relação à questão do ódio, do preconceito. Ainda não é algo tão forte, mas está cada vez mais presente na sociedade. Demonstra que esse ódio saiu das redes sociais e está indo para as ruas, o que é extremamente preocupante”, diz. 

À Rádio Brasil Atual, Donatti, que também é advogado, conta que os casos foram registrados em boletins de ocorrência e que prestou depoimento à polícia. Peritos também estiveram nos locais.

Ele destacou a presteza dos delegados da cidade e do Ministério Público, e agora aguarda pela conclusão das investigações. Contudo, Donatti ressalta que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que comanda as polícias, não se manifestou publicamente sobre o ocorrido. 

A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT, divulgou nota em que cobra providências do governador. “A grotesca pichação de símbolos nazistas e frases difamatórias contra Lula e o PT constituem crime a ser apurado pelas autoridades competentes do Estado de São Paulo.”

Donatti diz que o que causou mais espanto, a ele e a sua família, foi a violação à residência e as suásticas (símbolo nazista) pichadas. Por outro lado, ele conta que inúmeros atos e solidariedade de apoio também foram registrados nas redes sociais após os ataques, o que demonstra “que a população não deseja esse tipo de coisa”.  

Na próxima quinta-feira (8), um ato de desagravo ao ataque sofrido pelo partido e em defesa da democracia de reunir lideranças políticas em Mogi Mirim. “Não podemos aceitar essa ideia de divisão. Ao contrário, temos que debater, dialogar e respeitar a democracia, representativa e participativa, dentro dos marcos do Estado democrático de direito”, ressaltou o dirigente do PT.