'indignação'

Molon quer explicações de Segovia à CCJ da Câmara

Para o parlamentar, fala do diretor-geral da Polícia Federal soou como uma ameaça ao delegado responsável pelo inquérito que investiga Temer

Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados//José Cruz/Agência Brasil

‘O Segovia praticamente mandou um recado para o delegado do inquérito’, criticou o deputado Molon

São Paulo – O deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) irá apresentar na próxima segunda-feira (19) um requerimento para que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, explique suas declarações à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara sobre investigações envolvendo o presidente Michel Temer. Para o parlamentar, a fala de Segovia soou como uma ameaça.

“São declarações que causaram perplexidade e indignação. O chefe da PF praticamente mandou um recado para o delegado do inquérito, como se pudesse ser responsabilizado institucionalmente por fazer perguntas ao presidente da República”, afirma o deputado, em entrevista ao jornalista Rafael Garcia, na Rádio Brasil Atual. Molon acrescenta que, caso Segovia não compareça, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, será convocado.

Na última sexta-feira (9), em entrevista à Agência Reuters, o diretor-geral da Polícia Federal afirmou que que não haveria indício de crime na investigação contra Temer no chamado inquérito dos portos, indicando tendência de que a PF recomende o arquivamento. Posteriormente, a agência corrigiu-se, falando em “indicação” em vez de “afirmação”.

A investigação contra Temer é referente ao Decreto dos Portos, um instrumento presidencial que favoreceu empresas do setor. O presidente e outros investigados, como o suplente de deputado pelo MDB do Paraná e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, são acusados de favorecer a empresa Rodrimar no Porto de Santos, área de influência do PMDB, em troca do pagamento de propina. O inquérito está sob responsabilidade do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última quarta (14), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou, na Justiça Federal, ação popular que pede o afastamento do atual diretor-geral da Polícia Federal. O parlamentar afirma que a nomeação feita por Temer e a permanência de Segovia no cargo configuram “ofensa à moralidade administrativa” e “desvio de finalidade”. 

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