Consulta Popular

Frente quer referendo sobre privatização da Eletrobras

Trabalhadores e parlamentares apontam demissão de trabalhadores, aumento do preço e perda de soberania como consequências da entrega do sistema elétrico estatal ao capital privado

reprodução/TVT

Frente também denunciou a venda de distribuidoras no norte e nordeste com valor mínimo de 50 mil reais

São Paulo – Derrotada a reforma da Previdência, a privatização da Eletrobras é a nova prioridade do governo Temer, que quer realizar a venda do sistema elétrico ainda neste semestre. No início da semana, a Câmara dos Deputados criou uma comissão especial para analisar a proposta.

Já os trabalhadores do sistema elétrico e políticos contrários à venda da estatal realizaram nesta quarta-feira (21) reunião da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico Brasileiro e defenderam a necessidade de um referendo popular para que a população decida a questão. O proposta de referendo já conta com a assinatura de 260 deputados e senadores. 

Para os integrantes da frente, a privatização do sistema elétrico deve acarretar demissões de trabalhadores e a “conta” da privatização vai cair no colo do consumidor, com aumento de até seis vezes no valor cobrado pela energia. “Nós já temos experiência em Pernambuco, no Maranhão e demais localidades, onde a iniciativa privada entrou. A primeira coisa que eles fazem é demitir”, disse o diretor da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune), Fernando Neves ao repórter Uélson Kalinoviski, para o Seu Jornal, da TVT

Segundo a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o governo acelera o desmonte do sistema elétrico com a venda de distribuidoras do norte e nordeste, cada uma delas com lance mínimo de R$ 50 mil reais. As companhias estaduais do Piauí, Alagoas, Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima seriam as que estariam em processo de privatização mais avançado. 

Outra preocupação demonstrada pela senadora é com a soberania sobre os recursos hídricos. “Privatizar energia não significa só privatizar a geração e a distribuição, o que é muito grave, porque tira do Estado brasileiro a capacidade de planejamento e de combate às desigualdades regionais, e do próprio desenvolvimento nacional. Tira também a sua autonomia e soberania diante dos recursos naturais”, afirmou, referindo-se sobretudo à consequente privatização da água dos rios que movem as hidrelétricas.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT:

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