Sem 'tapetão'

Sindicalistas de várias correntes apoiam Lula e irão a Porto Alegre

Depois de adesões de líderes da CUT, CTB e Intersindical, presidente da Força Sindical e um dos líderes do impeachment, assinou hoje manifesto. 'Defesa da legalidade', afirma dirigente

Roberto Parizotti/CUT

Muitas das políticas de aquecimento da economia, como valorização do salário mínimo, resultaram de unidade das centrais

São Paulo – Sindicalistas de diversas correntes assinaram manifesto de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que até as 19h desta quinta-feira (11) somava 165 mil adesões. Lideranças como Vagner Freitas, Carmen Foro e Sérgio Nobre (presidente, vice e secretário-geral da CUT, respectivamente), João Carlos Gonçalves, o Juruna (secretário-geral da Força Sindical), Edson Carneiro, o Índio (secretário-geral da Intersindical), Adilson Araújo (presidente da CTB) e Luiz Gonçalves, o Luizinho (presidente da Nova Central em São Paulo) estão entre os primeiros signatários do meio sindical.

Quem incluiu seu nome hoje (11) foi o presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), também presidente da legenda e um dos líderes do impeachment de Dilma Rousseff. O dirigente afirmou que Lula não pode ser tirado “no tapetão”. Ele se reuniu nesta quinta-feira, em São Paulo, com o ex-deputado federal Aldo Rebelo (PSB), outro possível presidenciável.

Participaram da reunião outros dois dirigentes da Força, Juruna e o 1º secretário, Sérgio Luiz Leite, o Serginho – que também assinou o manifesto Eleição sem Lula é fraude. Segundo Juruna, dirigentes da central vão participar das manifestações em Porto Alegre, onde no próximo dia 24 o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) julgará recurso do ex-presidente.

Ele observou que não se trata de uma questão institucional, mas de apoio de vários sindicalistas à presença de Lula. O dirigente avalia que a adesão de Paulinho, opositor do governo Dilma, reforça o movimento que busca garantir a legalidade do processo eleitoral deste ano. 

Com tradução em sete idiomas (inglês, francês, espanhol, italiano, árabe, chinês e russo), o manifesto já conseguiu apoio em mais de 110 países. O documento foi lançado no final de dezembro pelo economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, o diplomata Celso Amorim, o cantor e compositor Chico Buarque, os escritores Raduan Nassar e Milton Hatoum, a socióloga Maria Victoria Benevides, o jurista Fábio Konder Comparato, a jornalista Hildegard Angel e o líder dos sem-terra (MST) João Pedro Stédile.