democracia

Marcha dos sem-terra em defesa de Lula chega a Porto Alegre

Milhares de agricultores e camponeses percorrem quase oito quilômetros para montar acampamento na capital gaúcha

Mais de 4 mil caravanas de todo o país devem desembarcar quarta-feira, em defesa da democracia <span>(Mídia Ninja)</span>Diversidade de gerações <span>(Ireno Jardim)</span>Multidão percorreu quase oito quilômetros <span>(Ireno Jardim)</span>Marcha percorre trecho da BR 116 antes de entrar na zona urbana <span>(Isaiana Santos/Mídia Ninja)</span>Diversidade de gerações  <span>(Isaiana Santos/Mídia NInja)</span>Energia marca chegada de militantes populares e lideranças sociais em Porto Alegre <span>(Isaiana Santos/Mídia Ninja)</span>

São Paulo – Assim que esta segunda-feira (22) amanheceu, milhares de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começaram a mobilização para marchar em direção ao Anfiteatro Pôr do Sol, no centro de Porto Alegre, onde montarão o acampamento que receberá as caravanas que chegam, a partir de hoje, para defender a democracia e demonstrar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesta quarta (24) terá julgado seu recurso no processo do chamado triplex de Guarujá. 

A concentração de agricultores saiu da ponte sobre o Rio Guaíba e caminham em colunas por cerca de 7,5 quilômetros, passando por importantes avenidas da cidade até o acampamento.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Ildo Pereira, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), disse que o ato, que inicia a série de atividades organizadas pela Frente Brasil Popular até o dia do julgamento, conta com mais de três mil camponeses em Porto Alegre, todos em defesa da candidatura de Lula. “Meia dúzia de burgueses não querem que o trabalhador escolha seu candidato nas eleições. Se eles quiserem escolher seu candidato, que venham para as eleições. Não permitiremos retrocessos”, afirmou.

Já João Pedro Stédile, integrante da direção nacional do MST, diz que apesar das tentativas do Judiciário de barrar o acampamento, a resistência continua. “Nós estamos acostumados com essas ações do judiciário. Eles não entenderam que as praças são públicas. A burguesia já controla o parlamento, a Justiça e a televisão, então ao povo brasileiro só resta às ruas para manifestar suas ideias. Não temos o interesse em sermos radicais, só queremos acampar, já que não temos dinheiro para pagar hotel”, diz.

Segundo a senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), a capital gaúcha receberá uma massa de manifestantes em apoio do ex-presidente. “As pessoas estão se organizando voluntariamente. Eles estão vendo que é uma injustiça que acontece com Lula, num processo sem prova, sem base jurídica.”

Ainda nesta segunda, às 10h, a sede da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Fetrafi) recebe um seminário internacional, com a presença de Dilma Rousseff. Às 18h, no mesmo local, está previsto um ato de juristas e intelectuais em defesa da democracia. À noite, no acampamentos dos movimentos sociais, haverá um sarau da juventude.