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‘Cadê a prova?’: centrais lançam campanha para mostrar ‘inconsistências’ contra Lula

Campanha terá caráter pedagógico, mostrando que ex-presidente é vítima de perseguição para impedir sua candidatura em 2018

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Centrais também aprovaram a criação do Comitê Nacional Sindical e Popular em defesa de Lula

São Paulo – Centrais sindicais e movimentos sociais lançaram, nesta segunda-feira (8), em São Paulo, a campanha “Cadê a prova?“, para esclarecer à população que, mesmo provando sua inocência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado pelo juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sérgio Moro, no caso do chamado triplex do Guarujá que pertence à empreiteira OAS. Lula será julgado, agora em segunda instância, no próximo dia 24 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.

Segundo a CUT,  as peças da campanha trarão mensagens como: “Disseram que o triplex era de Lula. O documento da Caixa diz o contrário”, “Condenação sem prova é injustiça. Eleição sem Lula é fraude”, “Condenar Lula? Cadê a prova?” O objetivo, ainda segundo a entidade, é apontar “inconsistências do processo e o lawfare” (instrumentalização da Justiça para perseguição política), para mostrar à população que a possível condenação de Lula carece de fundamento jurídico sendo, portanto, uma injustiça, com fins eleitorais.

“Todo o processo foi político e midiático, para impedir que o ex-presidente seja candidato e eleito, como mostram todas as pesquisas de intenção de votos feitas até agora“, afirma o presidente da central, Vagner Freitas.

A campanha foi aprovada por representantes da CUT, CTB, Força Sindical, Nova Central, UGT e Intersindical, juntamente com movimentos sociais, como Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Marcha Mundial das Mulheres, em reunião realizada, na sede da CUT.

“O que está em debate é a defesa da democracia. Por isso, temos de intensificar a mobilização”, diz Antônio Carlos Cordeiro, da Intersindical. “Defender o direito de Lula ser candidato é defender os movimentos sociais e os trabalhadores em sua luta contra o ataque a seus direitos”, reforça Vera Machado, da Marcha Mundial de Mulheres. 

Na reunião foi aprovada também a criação do Comitê Nacional Sindical e Popular em defesa de Lula. A ideia é que no próximo sábado (13) sejam criados comitês municipais de apoio ao ex-presidente. “Até o dia 24, vamos intensificar a mobilização em todo o Brasil, porque defender Lula é defender a democracia. E esta campanha vai contribuir para esta mobilização”, afirma o vice-presidente do PT, Alexandre Padilha. “Defender Lula é defender a classe trabalhadora, porque a classe patronal quer nos esmagar”, completa o presidente da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, o Luizinho.

Representantes das centrais vão participar  dos atos e vigílias programadas em Porto Alegre, para os próximos dias 23 e 24. Organizações mundiais de trabalhadores, como a Confederação Sindical Internacional (CSI) e a IndustriALL Global Union (sindicato mundial dos trabalhadores na indústria), também estarão presentes.

Milhares de pessoas são esperadas para uma grande vigília na capital gaúcha, que começará no dia 23 e ocupará as ruas até o desfecho do julgamento, cujo início está marcado para as 8h30 do dia 24. Em São Paulo, estão programadas uma grande vigília que começam na noite do dia 23 e um grande ato político, às 18h do dia 24, na Avenida Paulista, com a presença do ex-presidente Lula, que será recebido pela militância.

“O julgamento do ex-presidente é uma fraude e sua condenação é parte do golpe contra a democracia e os direitos dos trabalhadores no Brasil”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “Impedir a candidatura de Lula representa a condenação do povo brasileiro e vai aprofundar ainda mais a retirada de direitos, com a reforma da Previdência que quer acabar com a aposentadoria, o desmonte da legislação trabalhista e da soberania nacional, com as privatizações”, acrescentou.

 

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