São Paulo – “Lula está muito, mas muito bem. Incrivelmente jovial, pele bonita, cheio de gás. Impecavelmente vestido com um terno presenteado por Evo Morales. Arrasador.” A definição é da jornalista Graça Maria Lago, ao postar em sua rede social impressões sobre o encontro dos artistas em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira (16), no Rio de Janeiro. Filha de Mario Lago (1911-2002) – ator, compositor, poeta, escritor e um dos grandes ativistas do século 20 –, Graça classificou o ato como “altamente representativo, com sólida demonstração de união de correntes de esquerda” e observou que a presença de artistas e intelectuais (“tenho a maior birra com esta expressão”) foi de “pungente diversidade”. “Do samba ao rap, do teatro clássico ao teatro de rua, da dança, da literatura, de todas as cores, origens, idades e gêneros.”

Ao citar o ator Gregório Duvivier, para quem a defesa de Lula não é apenas de um cidadão, mas do direito de todos à Justiça e de votar em quem bem entendem, Graça celebrou: “O Leblon (bairro da zona sul onde fica o teatro), símbolo de uma elite reacionária, pintou-se de vermelho e foi lindo. Os coxinhas chamaram um ato contra nós para a porta do teatro. No pico, juntaram umas 50 pessoas, se tanto. Com duas horas, voltaram para as suas casinhas”.

Nesta quinta-feira (18), os organizadores esperam a mesma energia e vibração no ato “pela democracia e pelo direto de Lula ser candidato”, também com artistas e intelectuais, além de movimentos sociais e lideranças partidárias. O evento terá início às 19h, na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, região central da capital paulista.

Reprodução e Elineudo Meira

Graça Lago, indignada como o pai: ‘O Leblon pintou-se de vermelho’. Mamberti: ‘Não nos curvaremos’

“Nós, artistas e intelectuais, vamos levar o nosso apoio ao presidente Lula”, diz o ator Sérgio Mamberti. “Neste dia 18, vamos dar início na nossa agenda no sentido de defender a nossa democracia. Nós, artistas e intelectuais, vamos levar o nosso apoio ao presidente Lula. Nós estamos atentos e, por isso, convocamos a juventude, os movimentos sociais, os artistas e todas e todos aqueles que querem o Brasil mais justo e melhor”, ressalta.

Mamberti lembra que o evento desta quinta é parte de uma onda de solidariedade e resistência iniciada após o agendamento em tempo recorde do julgamento do ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, e que não se esgota no dia 24. “Qualquer que seja o resultado deste julgamento parcial que está sendo feito. Não nos curvamos”, ressalta.

“Estamos unificados com o movimento estudantil, o movimento operário, os movimentos sociais. Tudo isso se entrelaça e vai criando essa rede de resistência democrática, que é fundamental para que a gente possa enfrentar essa conjuntura tão adversa”, diz Mamberti.