Polêmica

Justiça argentina pede a prisão da ex-presidenta Cristina Kirchner

Acusação de 'traição à pátria' está relacionada à assinatura de um memorando que teria o objetivo de encobrir a participação do Irã no atentado à Associação Israelita, em 1994, com 85 mortos

DIVULGAÇÃO/EQUIPE CFK

Pedido de prisão de Cristina Kirchner precisa ser avalizado pelo Senado argentino

Opera Mundi – O juiz federal argentino Claudio Bonadio determinou a quebra da imunidade parlamentar e a prisão preventiva da ex-presidente da Argentina e atual senadora Cristina Kirchner nesta quinta-feira (07). O Senado do país ainda precisa dar sinal verde para que a decisão tenha efeito.

Até o momento, a ex-presidente não se manifestou sobre a decisão. Em outubro, ela afirmou ser alvo de “perseguição política” do atual presidente, Mauricio Macri.

Bonadio pediu a prisão da ex-mandatária por “traição à pátria” e “encobrimento agravado” por conta de um memorando assinado por ela, quando era presidente, e o governo do Irã. Esse acordo, segundo a acusação, tinha o objetivo de encobrir uma eventual participação de Teerã no atentado à sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, que deixou 85 mortos.

As investigações sobre este memorando foram iniciadas pelo procurador Alberto Nisman, morto em janeiro de 2015.

Além do pedido de prisão de Cristina, na madrugada desta quinta foram presos o ex-secretário-geral da Presidência Carlos Zanini, o dirigente sindical Luis D’Elia e o representante da comunidade islâmica na Argentina Jorge “Yussuf” Kalil.

Bonadio também pediu a prisão do ex-chanceler Hector Timmerman, gravado afirmando que o governo saberia do envolvimento de iranianos no atentado.

Se condenados, todos – incluindo a ex-presidente – podem pegar de 10 a 25 anos de prisão.

Senado

Segundo o jornal Clarín, é improvável que o Senado autorize a detenção de Cristina – e mesmo que qualquer decisão seja tomada em prazo curto, já que a Casa está em recesso e há trâmites a serem cumpridos antes de uma eventual votação. De acordo com o jornal, o assunto só conseguiria ser discutido no Legislativo em março de 2018.

Além disso, para que a prisão seja aprovada, são necessários 48 votos. O peronismo, diz o Clarín, tem 33 votos no Senado, deixando a oposição com 39 – insuficiente para que o pedido prospere.