Implosão

‘Não é reforma, é implosão’, diz Lula sobre intenção de Temer para a Previdência

Ex-presidente também criticou os bilhões gastos para salvar Temer das denúncias. E disse que Doria é um problema para o governador Geraldo Alckmin, não para ele

Facebook/Rádio Itatiaia

Ex-presidente Lula destacou o PT, mesmo quando perde, como um partido que tem ‘cara, nome e residência fixa’

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (27) que a proposta de reforma da Previdência que o governo pretende tocar depois de derrubada denúncia contra ele é um “crime contra o povo mais pobre desse país” e que as forças de oposição precisam “juntar forças” para evitar que essas e outras reformas prossigam. 

“O que estão fazendo não é reforma, é um desmonte, quase que uma implosão”, afirmou Lula nesta sexta-feira (27), à Rádio Itatiaia, em Montes Claros, em mais uma etapa mineira da caravana Lula pelo Brasil. No dia do seu aniversário – completa 72 anos –, o ex-presidente deve fazer uma visita à família do empresário José Alencar, seu vice nos dois mandatos. Alencar morreu em 2011.

O ex-presidente destacou que os cortes nas aposentadorias deverão afetar fortemente a economia dos pequenos municípios. “Quando o trabalhador recebe, o comércio funciona, a cidade funciona. Quando o trabalhador não recebe, a cidade fica paralisada”, disse Lula. 

Lula também classificou como “criminosas” as articulações que salvaram Temer das duas denúncias na Câmara, que custaram mais de R$ 30 bilhões, segundo ele, e destacou que esses mesmos deputados que votaram pela permanência do presidente foram responsáveis pelo afastamento de Dilma “numa sacanagem ímpar na história do Brasil”. 

“Falta dinheiro para melhorar a saúde e a educação, e, de repente, a gente ouve no rádio, na TV, nos jornais, que o presidente gastou R$ 30 bi para contemplar a bancada ruralista nas votações para mantê-lo. Isso é um desastre.” 

Sobre os supostos novos nomes que podem aparecer nas eleições do ano que vem, e dos partidos que mudam de nome para aparecerem como novidade, Lula disse que é importante que não se perca a “noção da história”, e citou os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor, que não foram bem sucedidos por não contarem com um partido forte. “É importante que se coloque alguém que tenha um partido, para que se possa cobrar do partido, cobrar dos parlamentares daquele partido, no Congresso. Se você vota num avulso, e ele erra, você não tem de quem cobrar.” 

Sobre o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), o comparou ao também tucano José Serra, que também abandonou a prefeitura de São Paulo com menos de metade do mandato (em 2006) para disputar o governo do estado e depois buscar o Planalto. 

“Está cheio de político que se elege, em São Paulo, com o compromisso de governar por quatro anos e depois percebe que os problemas são muito grandes e tiram o cavalinho da chuva para ser candidato a outros cargos. É um erro. Ele não me causa nenhum problema, ele pode ser candidato. Ele vai causar problema para o Alckmin, que é o seu criador.”

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