'Fim de feira'

Frente reforça defesa de consulta para revogar atos de Temer. Rio tem novo ato em defesa da soberania

Para senador Roberto Requião (PMDB-PR), da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, investidor que comprar empresas públicas 'vai perder dinheiro'. Rio tem novo ato em defesa da soberania nesta terça

reprodução/TVT

Ato no Clube de Engenharia reforça que luta pela soberania não é partidária, mas de todo o povo brasileiro

São Paulo – O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, disse que as privatizações realizadas pelo governo Temer poderão ser revogadas a partir de consulta popular, a ser realizada após a sua saída. O “aviso” aos investidores estrangeiros foi dado nesta segunda-feira (2) durante o lançamento, no Rio de Janeiro, da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional. 

“Estão jogando fora o seu dinheiro, porque esse governo cai, hoje ou amanhã, e, quando ele cair, teremos um referendo revogatório e vamos anular isso tudo. Eles vão perder o dinheiro que investiram”, afirmou Requião à repórter Viviane Nascimento, para o Seu Jornal, da TVT

Nesta terça-feira (3), no aniversário de 64 anos da lei que criou a Petrobras, trabalhadores de diversas categorias realizarão um ato público, no centro do Rio em defesa das empresas públicas e da soberania nacional, a partir das 11h. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar à manifestação na parte da tarde.

O senador, que lidera a frente, disse também que ilegalidades e irregularidades cometidas durante as privatizações deverão ser investigadas e comparou ainda os compradores das empresas estatais a “receptadores de mercadoria roubada”, e também afirmou que o governo vende a soberania nacional “a preço de fim de feira” com o objetivo de conseguir apoio para permanecer no poder, em meios às denúncias de corrupção.

No Rio, o evento de lançamento ocorreu na sede do Clube de Engenharia, no centro, com a participação de 600 pessoas, entre parlamentares e representantes de organizações civis, setor privado, acadêmicos, sindicalistas, movimentos sociais. “A luta em defesa da soberania nacional não pode ser uma luta partidária, não pode ser uma luta excludente, não pode ser uma luta de indivíduos brasileiro, tem que ser uma luta do povo brasileiro”, afirmou Pedro Celestino Pereira, presidente do clube. 

Criada nacionalmente, em junho, na capital federal, a frente tem o apoio de 18 senadores e 201 deputados, e tem entre seus eixos a defesa da exploração eficiente dos recursos naturais e a promoção de infraestrutura capaz de promover o desenvolvimento do país.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) também destacou a importância das empresas públicas para o desenvolvimento da economia nacional. “Ter soberania é termos uma Petrobras nossa, é termos a Eletrobras nossa, é não vender a Casa da Moeda, é fortalecer o BNDES.”

A presidenta do PT relacionou a questão da soberania à realização de eleições livres em “que todos possam participar”, com a população decidindo sobre os seus destinos. “Soberania é o povo não passar fome, é distribuição de renda. Ter soberania é ter direitos básicos garantidos”, acrescentou. 

O deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), secretário-geral da Frente em Defesa da Soberania Nacional, afirmou que o primeiro objetivo é conscientizar sobre o atual momento vivido. “De um lado o desmonte dos direitos e conquistas sociais que nós tivemos nos últimos anos, e de outro lado,  a entrega do país, comprometendo nosso bem maior, que é o Brasil na sua soberania.”

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