Em Salvador

‘Sou capaz de unificar o povo brasileiro e recuperar esse país’, diz Lula

Ex-presidente agradeceu a recepção do povo baiano na primeira caravana pelo nordeste e comparou o governo Temer a um canavial, que só corta direitos do trabalhador

Ricardo Stuckert

“Nunca vi tanto carinho e afago, como o povo baiano demonstrou ontem”, disse Lula à Rádio Metrópole

São Paulo – Em início da caravana que percorre os estados do Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, se voltar à presidência, em 2018, voltará “mais forte, e mais sabido”, e pretende montar equipe política e econômica para dialogar com os diversos setores da sociedade, na busca por soluções para tirar o Brasil da crise. Lula foi entrevistado na manhã de hoje (18) pela Rádio Metrópole, de Salvador.

“Eles sabem que eu sou capaz de montar uma equipe forte e conversar com a sociedade. Quero saber o que pensa a CUT, os sem-terra, os grandes empresários, os ruralistas. Se for candidato, serei candidato para ganhar. Se não for, serei o cabo eleitoral mais valioso desse país.”

Lula agradeceu o carinho da população. “Nunca vi tanto carinho e afago, como o povo baiano demonstrou ontem”. Ele diz que o intuito da viagem é ouvir e conversar com as pessoas para saber como o povo está se sentindo. “Esse país já foi melhor, já foi mais otimista. O povo desse país já teve mais esperança”, assinalou o ex-presidente. 

Sobre a decisão de um juiz que concedeu liminar que proibiu a entrega de título de Doutor Honoris Causa ao ex-presidente pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Lula disse que já se sentia agraciado por ter feito o campus que têm os maiores percentuais de negros entre os universitários. “Cada menino negro que recebeu o diploma, esse é o meu título.” 

Lula atribuiu à onda de ódio que toma a política às iniciativas de Aécio Neves, durante as eleições de 2014, e disse que Temer pode chegar até 2018 “aos trancos e barrancos”, às custas do sofrimento da população, e comparou o atual governo a um canavial, que em todos os dia anuncia um corte diferente, “sempre em cima do trabalhador”.

Ele lembrou que a Previdência, agora apontada como a desculpa para todas os males da economia do país, teve as suas contas no azul, entre 2004 e 2014, e que a receita para combater a crise econômica é criar empregos, aumentar a formalização e elevar os salário.