GOLPE

Jessé Souza: elite financeira derruba todo governo com projeto de desenvolvimento

Em evento de formação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, sociólogo afirmou que Dilma caiu porque tentou reduzir a taxa de juros

reprodução/TVT

Jessé destacou entrada dos trabalhadores na política, liderados pelos metalúrgicos, como “inflexão histórica”

São Paulo – Para o sociólogo Jessé Souza, diretor da Escola de Contas Públicas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP), a elite brasileira, ligada ao mercado financeiro e ao rentismo, nunca aceitou um projeto de desenvolvimento a longo prazo, e todos os governos que tentaram colocá-lo em prática sofreram um golpe.

“Foi desse modo que o capitalismo financeiro pegou todas as frações do capital para si. Todos eles se identificam com a questão dos juros. Dilma caiu porque tentou mexer na questão dos juros”, afirmou o sociólogo, em evento de formação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Jessé, autor dos livros A tolice da inteligência brasileira (2015) e A radiografia do golpe (2016), alertou que, no Brasil, essa mesma elite reproduz a ideia de que a corrupção só existe na política e que o estado é o único inimigo, conseguindo, assim, manipular e esconder a corrupção das grandes empresas privadas, principalmente do setor financeiro, que agem livremente sem visibilidade alguma. “Não existe essa elite poderosa. É dito nos livros para que a gente acredite nisso, e a elite real, que sempre esteve no mercado, se torne invisível na sua ação.”

Ele também destacou a importância da ação política dos trabalhadores e sua capacidade como agente transformador. “O Brasil é um país extremamente injusto, e tudo, mas a grande inflexão que houve na história brasileira inteira foi a entrada das classes trabalhadoras na política, como se deu nos anos 80, e que foram comandados em grande medida pelos metalúrgicos”, afirmou Jessé Souza em entrevista à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT

A secretária de Formação do sindicato, Michelle Marques, destacou a importância de se discutir a política entre os trabalhadores neste período de crise. “É formar dirigentes para que eles consigam colocar os trabalhadores no meio de tudo isso que está acontecendo, e que o trabalhador tenha um olhar de que somos uma classe de explorados”, afirmou.

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