Etapas

Defesa de Temer é protocolada na CCJ da Câmara

Expectativa é que o relator da denúncia contra o presidente conclua parecer até a próxima segunda-feira, quando começam então os debates na comissão antes da votação

Wilson Dias/EBC

O advogado Antônio Mariz entrega a defesa de Temer ao presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG)

São Paulo – Os advogados de Michel Temer entregaram nesta quarta-feira (5) a defesa do presidente à Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania da Câmara (CCJ), que irá analisar a denúncia apresentada pelo Procuradoria-Geral da República (PGR). Temer é acusado de corrupção passiva. 

Com a defesa entregue, caberá agora ao relator da denúncia, deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), analisar os argumentos apresentados para elaborar parecer sobre a sua admissibilidade ou não. Com cinco sessões de prazo, a previsão é que o relatório seja concluído e apresentado na próxima segunda-feira (10).

O relatório, então, passa a ser discutido pelos integrantes da CCJ. Terão direito à palavra, por 15 minutos, cada um dos 66 membros titulares e mais 66 membros suplentes da comissão. Se houver tempo, também poderão falar deputados que não compõem o colegiado.

A oposição ainda quer tempo para ouvir, como testemunhas de acusação, nomes como Joesley Batista – dono da JBS que gravou conversa com o presidente – e o ex-deputado Rocha Loures – o homem da mala. O apelo é para que seja ouvido, pelo menos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que redigiu a denúncia contra Temer. 

“Nós apresentamos requerimentos para que Eliseu Padilha (ministro-chefe da Casa Civil) compareça, Geddel Vieira Lima (ex-ministro preso), Moreira Franco (ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência), Rocha Loures e também Joesley Batista. Nós queremos ouvi-los. Principalmente queremos ouvir o procurador-geral, Rodrigo Janot”, diz a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), em entrevista ao repórter Uélson Kalinoviski, para o Seu Jornal, da TVT

A oposição considera, inclusive, recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso Janot não seja ouvido na CCJ. “Nós esperamos que o presidente da comissão aceite o nosso pedido. Apresentei o requerimento, e o presidente disse que decidiria a seu respeito. Se ele decidir contrariamente, nós iremos ao Judiciário para garantir a vinda de Janot à CCJ”, afirma o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ). 

Temendo o desgaste que pode acarretar debandada na sua base de apoio, Temer quer que a denúncia seja votada, no plenário da Câmara, até a sexta-feira da semana que vem. “Há um deslizamento da base parlamentar do governo. É bem possível que estejam havendo movimentações de bastidores para inviabilizar a continuidade do governo Temer na própria base”, analisa o deputado Ivan Valente (Psol-SP). 

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