ruas de brasília

‘Temer representa o velho para o país. Tem que renunciar’, dizem manifestantes

Desde que foi divulgada notícia sobre Temer, populares se dirigiram para a Praça dos Três Poderes, onde fazem um protesto pacífico contra o governo

reprodução / jornalistas livres

Manifestantes são contra a reforma da Previdência e pedem a realização de novas eleições no país

Brasília – Bandeiras do Brasil, camisetas vermelhas, camisetas verdes, faixas com a frase “Fora Temer” e até faixas de luto. Este é o clima que perdura na Praça dos Três Poderes, localizada em frente ao Palácio do Planalto. Assim que foi divulgada a notícia da gravação em que o presidente Michel Temer discute com o empresário Joesley Batista, da JBS, o pagamento de propina com o intuito de silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vários moradores foram às ruas protestar.

A princípio, eles começaram a transitar pela Esplanada dos Ministérios buzinando e gritando em frente ao Palácio do Planalto. Depois, estacionaram e passaram a caminhar até a Praça dos Três Poderes. Mesmo por volta das 23h30, muitos ainda estavam chegando.

Embora vários dos manifestantes sejam pessoas que declaram terem sido contrárias ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, no ano passado, os manifestantes também são grupos que são contra a reforma da Previdência e pessoas que pedem a realização de novas eleições no país.

“Temos que começar tudo do zero. Com os políticos que estão aí não dá mais. Sabíamos desde o começo que esse homem representa o velho e o atrasado para o país”, reclamou a professora aposentada do Distrito Federal Ângela Melo, que foi até o local com a filha dizendo ter sido contra Temer “desde o início”.

“Estamos aqui para mostrar que se a Justiça dos homens falha, a de Deus não falha. Nada como um dia atrás do outro. Queremos a renúncia dele já”, disse a estudante de engenharia Rosângela Andrade, representante da União Nacional dos Estudantes (UNE), numa referência ao presidente.

De acordo com Rosângela, vários alunos do turno da noite das universidades do Distrito Federal aguardaram o término das aulas para se dirigirem em conjunto até o local. “Vivem reclamando que fazemos manifestações organizadas por militância, por sindicatos. Quero ver o que vão dizer agora com este movimento tão espontâneo. É o povo que está vindo para cá. Ele tem que renunciar”, acrescentou o servidor público Roberto Ribeiro.

A expectativa destas pessoas é aguardar um pouco mais para se dirigir até o Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, onde mora Michel Temer. Mas elas já sabem que contarão com a resistência dos policiais num certo trecho do caminho e terão de ficar numa área mais distante do local. Lá, Temer continua reunido com ministros e assessores. Apesar da tensão da noite, o ambiente é pacífico e não foram observadas, até por volta das 23h30, cenas de violência.