Isolado

Sandro Mabel pede exoneração e deixa Temer com apenas um assessor especial

Ex-deputado alegou motivos familiares e de negócios, mas deixa o cargo após pedido de investigação do MPF por dinheiro recebido da Odebrecht

Ag. Câmara

Mabel pediu demissão uma semana após pedido de investigação sobre dinheiro recebido da Odebrecht

São Paulo – O presidente Michel Temer (PMDB) perdeu nesta terça-feira (23) mais um dos seus auxiliares palacianos, com a saída do ex-deputado federal Sandro Mabel (PMDB), que pediu exoneração do cargo assessor especial, alegando motivos familiares e de negócios.

Na semana passada, o Ministério Público Federal em Goiás requisitou à Polícia Federal a instauração de inquérito contra Sandro Mabel, para apurar supostos ilícitos ocorridos em 2010, envolvendo ex-executivos da construtora Odebrecht. Conforme investigação no âmbito da Operação Lava Jato, ex-executivos da construtora relataram pagamentos feitos, supostamente para doação de campanha, a Mabel, que à época concorria a uma vaga de deputado federal.

Ainda segundo o MPF, o valor teria sido de R$ 100 mil, pagos por meio de recursos não contabilizados, mas registrados no sistema informatizado da construtora que registrava pagamentos ilegais. Os ex-executivos da Odebrecht informaram ainda que Mabel teria recebido mais R$ 140 mil naquele mesmo ano. 

Também ontem (23), Temer exonerou o assessor especial Tadeu Felippelli, preso preventivamente em ação da Polícia Federal que investiga fraudes nas licitações das obras de reconstrução do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. 

Com isso, já são quatro dos cinco assessores nomeados por Temer que estão fora do Palácio do Planalto. Em março, Rodrigo Rocha Loures deixou o cargo para ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, como suplente de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que assumiu o ministério da Justiça.

Loures é uma das peças centrais no escândalo envolvendo as denúncias da JBS, após ter sido flagrado negociando e recebendo mala de dinheiro repassada por um executivo da companhia. 

Em dezembro do ano passado, José Yunes, amigo íntimo de Temer, foi o primeiro a sair, alegando ter sido usado como “mula”, segundo suas próprias palavras, pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS). 

No núcleo palaciano, sobrou apenas Gastão Toledo, que seria o homem de Temer para tocar uma eventual reforma tributária.