Propina da JBS

Procuradoria-Geral volta a pedir prisão de Aécio e emissário de Temer

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR), já afastados pelo STF, foram gravados negociando e recebendo malas de dinheiro da empresa de Joesley Batista

Fotos Públicas/Agência Câmara

PGR pede prisão de Aécio e Rocha Loures “diante do fatos gravíssimos imputados e do flagrante por crime inafiançável”

São Paulo – A Procuradoria-Geral da República recorreu nesta segunda-feira (23) da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin e voltou a solicitar a prisão preventiva do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O pedido de prisão de ambos tinha sido solicitado na quinta-feira (18), um dia após revelação das denúncias do empresário Joesley Batista, dono da JBS, em processo de delação premiada, mas foi recusado por Fachin, que determinou apenas os seus afastamentos dos cargos eletivos. 

No recurso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que a prisão de Aécio e Loures “é imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal, diante do fatos gravíssimos imputados aos congressistas e do flagrante por crime inafiançável”, e diz se tratar de pessoas “poderosas e influentes”, cuja liberdade “pode levar ao uso espúrio do poder político”.

Os dois parlamentares foram filmados e fotografados em ação controlada da Polícia Federal (PF) negociando e recebendo propina. Foram R$ 2 milhões entregues ao primo de Aécio e outros R$ 500 mil entregues a Lourdes, que, segundo segundo o executivo da JBS Ricardo Saud, destinava-se ao presidente Michel Temer (PMDB). 

No pedido, Janot pede que Fachin, relator da Opeeração Lava Jato no STF, reconsidere o pedido de detenção de ambos ou leve com urgência a solicitação ao plenário da Suprema Corte, para apreciação conjunta dos 11 ministros. 

A defesa de Aécio diz que o senador aguarda ser comunicado da decisão para prestar esclarecimentos. Já os defensores de Lourdes dizem não haver razão para o pedido de prisão.