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Para Paim, Senado não pode abrir mão de alterar texto de reforma

Ideia 'beira a irresponsabilidade', diz senador. Oposição defende debate amplo, enquanto governo quer acelerar a tramitação e evitar mudanças no texto aprovado na Câmara

Alessandro Dantas/PT

Representantes dos trabalhadores conversam com Renan Calheiros (ao centro), que tem sido crítico às reformas

São Paulo – Negociações em curso para evitar que o texto da “reforma” trabalhista seja alterado e, com isso, tenha de retornar para a Câmara foram criticadas pelo senador Paulo Paim (PT-RS). “Essa ideia, desculpem a expressão, que beira a linha da irresponsabilidade, de o Senado abrir mão de ser Casa revisora, aponta para uma direção que alguns levantaram, mas tenho a certeza que os senadores em sua ampla maioria não hão de concordar de que aprovariam (as reformas) sem nem muito debate e deixar as coisas como estão”, afirmou o parlamentar.

Aprovado na Câmara como PL 6.787, com o texto original profundamente alterado pelo relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), o agora PLC 38 está sendo discutido em audiências temáticas no plenário e em três comissões do Senado. O governo quer acelerar a tramitação e evitar mudanças, para que o projeto não tenha de voltar à Câmara, e para isso estaria disposto a fazer uma medida provisória que contemplasse algumas propostas das centrais sindicais. A oposição e as centrais querem prazo maior para o debate e em mais comissões.

Segundo Paim, o Senado não pode deixar de ser a Casa revisora ao examinar tanto a reforma trabalhista, como a da Previdência, que ainda está na Câmara. Ele lembrou que pesquisas, tanto do PMDB como da comunicação do Senado, mostram ampla rejeição popular às propostas governistas.

Lindbergh Farias (PT-RJ) citou pelo menos três pontos que considera “críticos” no texto, com redução do poder de negociação dos sindicatos, limitação do papel da Justiça do Trabalho e diminuição do custo do trabalho. 

Representantes de nove centrais sindicais passaram o dia de hoje (17) conversando com líderes partidários do Senado, incluindo Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem se manifestando com restrições a propostas do governo Temer. Na quarta-feira da semana que vem (24), programam uma “ocupação” de Brasília contra as reformas. 

Com informações da Agência Senado

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