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Okamotto atribui audiência fechada de Lula à disputa pelo domínio da opinão pública

Segundo o presidente do Instituto Lula, o depoimento público permitiria à população opinar com independência sobre as investigações. Para ele, Justiça usa imprensa corporativa para criar conflitos

lula.com.br

“É claro que o povo não é bobo e vai percebendo, conforme as coisas vão andando vai ficando mais claro”

São Paulo – O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou hoje (10) em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva presta depoimento à Justiça Federal sobre o caso do tríplex no Guarujá, que Lula deve se investigado como qualquer cidadão. Em entrevista ao portal do ex-presidente, Okamotto também lamentou que a Justiça esteja tão dependente de sinalizar para a opinião pública, quando seria muito mais simples resolver esses processos juridicamente, analisando as provas que realmente existem.

“Infelizmente temos um sistema de Justiça no Brasil que, para fazer andar seus processos, precisa ter apoio da opinião pública, como eles mesmos dizem. E eles usam a imprensa para criar uma percepção e isso acaba trazendo opiniões de um lado e de outro e infelizmente hoje estamos numa situação que gera um conflito, que gera a discórdia. Enquanto um processo como este poderia ser muito simples, basicamente olhando as provas e a partir das provas ou não-provas, resolver esta questão”.

Antes do depoimento desta quarta-feira, defensores do ex-presidente haviam defendido que todo o interrogatório fosse transmitido ao vivo, pela internet. Paulo Okamotto disse que não via problemas com a ideia. “Existe uma disputa pelo Ministério Público da narrativa junto à opinião pública. Então a edição é seletiva, as frases são seletivas, por isso achamos importante que houvesse transparência completa disso, para que a população pudesse julgar, a partir das respostas, da conversa apresentada, fazer o verdadeiro julgamento do povo, não ficar um julgamento subordinado ao desejo de um ou outro editor.”

Okamotto terminou dizendo que tem fé que a verdade vai prevalecer neste processo e que é preciso acreditar na verdade e na Justiça. “É claro que o povo não é bobo e vai percebendo, conforme as coisas vão andando vai ficando mais claro, e hoje já tem muita gente que já sabe o que está acontecendo, o que está por trás de uma situação como essa, como trabalha a chamada grande imprensa… E graças às redes sociais, as coisas vão ficando mais claras. O importante é a gente ter tranquilidade, é a gente apostar que a Justiça vai prevalecer, é importante a gente apostar na verdade. Porque eu tenho certeza de que só a verdade vai fazer esse país mais justo, mais feliz, vai nos dar mais paz para a gente criar mais emprego e continuar a desenvolver nosso país”.