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Globo quer ser ‘poder judiciário paralelo’, afirma Dilma

Ex-presidente responde ao jornalista Merval Pereira, do jornal 'O Globo' que em artigo neste sábado (13) defende sua prisão preventiva com base nas delações da Lava Jato

Facultad de Periodismo y Comunicación Social(UNLP)

Dilma veste o lenço símbolo das Mães e Avós da Praça de Maio: defesa de democracia e de direitos

São Paulo – A ex-presidente Dilma Rousseff rejeitou hoje (13) artigo do jornalista Merval Pereira, publicado no jornal O Globo. Dilma afirmou, em nota, que “o jornalismo de guerra promovido contra mim e o presidente Lula é a prova de que a escalada autoritária contaminou radicalmente os formadores de opinião pública, como Merval Pereira, que hoje sugere, no Globo, a minha prisão”.

No artigo, o jornalista da mídia tradicional sustenta “que não é exagero” dizer que Dilma corre o risco de ser presa por obstrução da Justiça. O que dá base para a afirmação é a delação dos marqueteiros João Santana e Monica Moura na operação Lava Jato. Segundo esses relatos, Dilma teria avisado Santana de que seria preso “numa clara obstrução da Justiça, agravada pelo fato de que Dilma era presidente da República na ocasião e recebia informações diretamente do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo”, escreve o jornalista.

“A cobertura das Organizações Globo, defendendo o justiçamento de adversários políticos, quer substituir o Judiciário – e todas as demais instâncias operadoras do Direito – pelo escândalo midiático. Julgam e condenam”, afirma Dilma.

“Buscam se constituir numa espécie de poder judiciário paralelo sem as garantias da Justiça, base do Estado Democrático de Direito. Fazem, assim, verdadeiros linchamentos, tentando destruir a biografia e a imagem de cidadãos e cidadãs. Nesse processo, julgam sem toga e promulgam sentenças sem direito de defesa”, afirma ainda.

Segundo a nota, “ferem de morte a liberdade de imprensa, pois não respeitam a diversidade de opinião e a Justiça. Selecionam alvos e minimizam malfeitos. Seu único objetivo é o maior controle oligopólico dos meios de comunicação, para impor um pensamento único: o  seu”.

Dilma lembra que “em outros tempos, em outros países, tais práticas resultaram na perseguição  política e na destruição da democracia levando à escalada da violência e do fascismo”.

“Não adianta a intimidação. Não vou me curvar diante dessas ameaças e muito menos do jornalismo de guerra praticado pela Globo. Nem a tortura me amedrontou”, defendeu.

“Repito o que tenho dito, dentro e fora do país: o Golpe de 2016 não acabou. Está em andamento. Não foi contra o meu governo, apenas. Foi contra o povo brasileiro e o Brasil. Está sendo executado todos os dias pela Globo, pelo governo golpista e todos que tentam desesperadamente consolidar o Estado de Exceção e a destruição de direitos. Não vão me calar!”.