Defesa de Lula pede adiamento de depoimento a Moro. Decisão deve sair hoje
Advogados do ex-presidente pedem a suspensão do processo 'por período razoável' para poder analisar massa de documentos recebida da Petrobras, juntada recentemente ao processo
Publicado 09/05/2017 - 10h44
Defesa teve menos de duas semanas para avaliar mais de 100 mil páginas de documentos advindos da Petrobras
São Paulo – A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu o adiamento do depoimento ao juiz Sérgio Moro, que alega não ter tido tempo suficiente para analisar novos documentos que foram juntados ao processo. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) deve decidir sobre o pedido nesta terça-feira (9).
Os procuradores acusam o ex-presidente de ser dono de um apartamento em Guarujá, recebido em troca de ter beneficiado a empreiteira OAS em três contratos com a Petrobras. A defesa, então, solicitou acesso aos documentos da estatal relacionados aos contratos.
Os advogados de Lula afirma que a documentação, solicitada há cerca de seis meses, só foi juntada ao processo entre 28 de abril e 2 de maio deste ano e somam mais de 100 mil páginas, o que inviabilizaria a análise do material até o momento do depoimento, anteriormente previsto para o dia 3 de maio, depois adiado para esta quarta-feira (10).
“É materialmente impossível a defesa analisar toda essa documentação até o próximo dia 10, quando haverá o interrogatório do ex-presidente e será aberto o prazo para requerimento de novas provas”, alegou o advogado Cristiano Zanin Martins.
A defesa requer a suspensão do processo por “período minimamente razoável”, para que tenha tempo hábil de tomar pleno conhecimento da documentação, e assim não reste comprometido do direito de defesa. Como o pedido de acesso foi feito com antecipação, a os advogados de Lula alegam que não podem ser acusados de querer protelar o processo.
Na segunda-feira (8), o juiz Sérgio Moro também proibiu que os advogados de Lula façam a gravação em vídeo do depoimento do ex-presidente, visando se contrapor a eventuais vazamentos seletivos do seu conteúdo. A defesa de Lula, além de especialistas do Direito, como a Frente Brasil de Juristas pela Democracia, contestam a proibição, alegando que a gravação de depoimentos é prerrogativa dos defensores.