Retrocessos

Maia diz que greve é ‘desestabilização’. Renan critica reforma

Presidente da Câmara diz que movimento não ajuda na retomada do crescimento. E senador afirma que projeto estabelece o 'dá ou desce' trabalhista

Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados e Marcos Oliveira/Agência Senado

Rodrigo Maia diz que “reequilibrar o Estado brasileiro não é uma questão de ideologia”; Renan Calheiros afirma que reforma é “o ‘dá ou desce’ trabalhista”

São Paulo – Um dia depois da aprovação da “reforma” trabalhista e na véspera da greve geral convocada pelas centrais sindicais, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o movimento desta sexta-feira (28) provoca “desestabilização”. “Respeito qualquer movimento, mas acho que o Brasil vive uma crise muito grave para que a gente fique gerando uma desestabilização que não é boa”, declarou.

Para ele, a greve não ajuda na retomada do crescimento. “Reequilibrar o Estado brasileiro não é uma questão de ideologia, é uma questão de racionalidade, porque precisamos racionalizar os gastos públicos.” Maia disse ainda que os servidores devem compreender que, sem as reformas, se repetirá pelo país a situação do Rio de Janeiro, cujo governo estadual tem atrasado salários.

Já o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB e da Maioria na Casa, criticou o projeto de reforma trabalhista, particularmente o item que estabelece prevalência do negociado sobre o legislado. “É uma chantagem explícita: ou aceita ou cai fora. É o ‘dá ou desce’ trabalhista”, afirmou o parlamentar, que nesta semana se reuniu com sindicalistas para discutir as reformas.

Ele avalia que o texto aprovado na Câmara induz os assalariados a renunciar ao Fundo de Garantia, horas extras e férias remuneradas, para se tornarem pessoa jurídicas. Renan também não vê relação entre flexibilização da lei e criação de empregos. “Esse discurso é usado para seduzir uma parcela da sociedade e garantir o avanço da retirada de direitos”, argumenta. O senador afirma ainda que a reforma vai aprofundar a desigualdade social.

Para ele, o governo precisa falar aos trabalhadores, por ocasião do 1º de Maio: “Não é da melhor tradição que o presidente da República não fale às famílias”. 

Com informações das Agências Câmara e Senado

 

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