após delações

Fragilizado, governo Temer se sustenta na base do fisiologismo, segundo o Diap

Novas denúncias envolvendo a base de apoio e proximidade do calendário eleitoral impõem dificuldades para implementação de reformas pró-mercado

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Manifestações do dia 28 podem amplificar insatisfações contra as reformas do governo Temer

São Paulo – A divulgação da lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com denúncias envolvendo ministros, senadores e deputados da base do governo Temer no Congresso, traz impactos profundos não só na popularidade, mas também na própria governabilidade, impondo dificuldades à aprovação das reformas pretendidas por Temer, que vão depender, cada vez mais, de negociações fisiológicas, baseadas na troca de favores e distribuição de cargos. 

Essa é a avaliação do analista político Neuriberg Dias, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta segunda-feira (17). Neuriberg disse acreditar que as novas denúncias elevam o grau de imprevisibilidade sobre o futuro de Temer à frente do governo, que pode ver as insatisfações aumentarem com as manifestações convocadas por centrais sindicais e movimentos sociais para o próximo dia 28.

Além das implicações decorrentes das denúncias, o analista avalia que os parlamentares também devem passar a sentir, cada vez mais, com proximidade do calendário eleitoral, pressão de suas bases eleitorais contra a aprovação das reformas da Previdência e trabalhista. “Sem dúvida, a única opção é o troca-troca fisiológico.”

Neuriberg também chama a atenção para a estratégia do governo de promover campanha publicitária em veículos locais para tentar abafar resistências, que se alia à tática da imprensa tradicional, que tenta desviar o foco das denúncias com impacto sobre o governo, em prol das reformas que atendem aos interesses do mercado. 

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