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Ministros de Temer oferecem cargos em troca do fim da ‘rebeldia’ de Renan

Moreira e Padilha ofereceram a Renan a recriação do Ministério de Portos. Em troca, o senador teria de se comprometer a apoiar as reformas do governo

Waldemir Barreto/Agência Senado

Renan disse que Temer tem um problema na coalizão e alas do PMDB, como a dele, se sentem desprestigiadas

GGN – Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) se reuniram com o senador Renan Calheiros a portas fechadas, na quarta-feira (29), com o intuito de descobrir como acabar com a “rebeldia” do líder do PMDB no Senado.

Renan tem dado dores de cabeça ao governo Temer, negando publicamente apoio às reformas impopulares que estão no forno, como a da Previdência e a trabalhista, além de repudiar o projeto de terceirização que está na mesa do presidente da República, aguardando sanção.

Segundo reportagem do Estadão, Moreira e Padilha ofereceram a Renan  a recriação do Ministério de Portos. Em troca, o senador teria de se comprometer a apoiar as reformas do governo.

Em resposta ao jornal, Renan disse que Temer tem um problema na coalizão: deu muito espaço a partidos pequenos, enquanto alas do PMDB – como a dele – se sentem desprestigiadas.

“O PMDB se sente fora do governo, mas eu, pessoalmente, não quero cargo nenhum. Seria o meu completo esvaziamento na bancada”, disse Renan ao Estado. “O que não podemos deixar de constatar é que há uma dificuldade nessa coalizão, na qual os partidos menores ocupam os maiores espaços.”

 Ele negou, contudo, que esteja em busca de cargos, apenas. Disse que sua intenção é ver as reformas “calibradas” e reafirmou que do jeito que estão, nenhuma delas têm condições de passar pelo Congresso, pois será suicídio eleitoral.

“Há hoje o sentimento de que, quando o governo acabar, acabou o PMDB. Não dá para ser assim. Precisamos preparar o partido para eleger senadores, em 2018, e também ter um projeto”, insistiu Renan, que é candidato à reeleição. Renan Filho, governador de Alagoas, também disputará o segundo mandato. “O que o governo precisa é conversar, e não enviar medidas para o Congresso sem diálogo, sem nada. Há muita improvisação”, disse ele, segundo o Estadão.