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Em aula, Moraes relativizava tortura, diz advogada da Rede Feminista de Juristas

Marina Ganzarolli afirma que indicado ao STF mostrava em aulas 'como seguiria suas ações brutais como secretário de Segurança Pública'

Marcello Casal/ Agência Brasil

Se for confirmado na substituição a Teori Zavascki, Moraes será revisor do processo da Lava Jato

São Paulo –  Mestre em Sociologia Jurídica pela Universidade de São Paulo (USP) e integrante da Rede Feminista de Juristas, a advogada Marina Ganzarolli reprova a indicação de Alexandre de Moraes ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), feita por Michel Temer. 

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Marina diz que vê a indicação com receio, pois lembra de aulas ministradas por Moraes na USP em que ele relativizava o uso da tortura. “Ele foi meu professor. Naquela época, ele relativizava o uso da tortura como um método para obter informações de criminosos. Já na Faculdade de Direito ele mostrava como seguiria suas ações como secretário de Segurança Pública, quando comandou ações brutais contra manifestantes.”

A advogada também critica o fato de Temer fazer a indicação, sendo investigado na Operação Lava Jato. “O Temer é acusado de corrupção e nomeia uma pessoa de confiança para ser julgador de diversas ações que envolvem ele. É um problema. Só fortalece o provérbio popular: para os amigos tudo, para os inimigos a lei. 

Marina lembrou ainda episódio em em abril de 2015, quando uma funcionária foi estuprada em uma cabine de recarga do metrô. “Não se consumou o roubo do cofre. É importante que isso seja colocado para mostrar que há segurança onde se guarda os valores no Metrô”, afirmou o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que compareceu à Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom) na tarde desta terça. A descrição está em reportagem d’O Estado de S. Paulo. 

Ele minimiza a violência contra a mulher, dando preferência à segurança patrimonial”, critica a advogada.

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