Espírito Santo pode rumar para uma tragédia, alerta associação da PM
Reunião entre governo do estado e policiais militares e seus familiares terminou sem acordo e violência deve continuar nas cidades capixabas
Publicado 10/02/2017 - 13h00
São Paulo – Após quase 11 horas de negociação, terminou sem acordo, na madrugada de hoje (10), a reunião entre representantes do governo do Espírito Santo e dos policiais militares e seus familiares.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo, cabo Noé da Matta Ribeiro, afirmou que a atual situação no estado pode rumar para uma tragédia. “Nenhum dos lados quer ceder. Vai ser difícil resolver isso, acredito que até o final (da paralisação) vai culminar em um ato extremo de violência que vai manchar a história do estado.”
Os policiais pedem um reajuste salarial de 43% e anistia total daqueles que aderiram a greve. O governo capixaba não aceitou a oferta dos policiais. O secretário de Direitos Humanos, Júlio Pompeu, disse que foi oferecida uma contraproposta e se não for aprovada, ainda nesta sexta-feira, os policiais e familiares podem sofrer “consequências” pela greve.
Noé critica a postura do governo o Espirito Santo nas negociações. “O governo não ofereceu nada aos manifestantes para resolver a crise. O governo criou esse caos, sem dar 7 anos de aumento real, agora, ele joga a culpa na PM. No segundo dia de manifestação já deveria ter sido resolvido isso”, afirma.
A Policia Militar do Espírito Santo entrou em greve no último sábado (4). Grupos formados por familiares dos militares impedem a saída de veículos dos batalhões da corporação. Eles reivindicam um reajuste salarial e o aumento do efetivo policial.
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