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Filho de Teori relata ameaças: ‘Nenhuma possibilidade pode ser descartada’

Francisco havia postado na internet, em maio do ano passado, que algo poderia ocorrer com sua família. 'Seria muito ruim para o País ter um ministro do Supremo assassinado', disse à Rádio Estadão

Carlos Humberto/SCO/STF

Teori faleceu na tarde de ontem (19), vítima de um acidente aéreo na região de Paraty-RJ

GGN – O advogado Francisco Prehn Zavascki, filho do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, disse à Rádio Estadão, na manhã desta sexta (20), que seria “muito ruim para o País ter um ministro do Supremo assassinado” e que a “questão” é saber o que o movimento contrário à Lava Jato teria coragem de fazer para frear as investigações.

Teori faleceu na tarde de ontem (19), vítima de um acidente aéreo na região de Paraty-RJ. Francisco, que em maio passado havia postado na internet que algo poderia ocorrer com sua família em função da Lava Jato, pediu uma investigação para revelar a “verdade” por trás do acidente.

“É preciso investigar a fundo e saber se foi acidente ou não, que a verdade venha à tona seja ela qual for”, afirmou à Rádio Estadão.

Segundo o advogado, “não deu tempo para pensar com mais calma nisso, mas não podemos descartar qualquer possibilidade. No meu íntimo, eu torço para que tenha sido um acidente, seria muito ruim para o País ter um ministro do Supremo assassinado.”

Ele voltou a dizer, como na publicação no Facebook – deletada após repercussão na mídia – que “seria infantil dizer que não há movimento contrário, agora a questão é o que o movimento seria capaz de fazer.”

Francisco ainda disse que Teori estava concentrado na homologação da delação da Odebrecht. O pacote com 77 acordos de cooperação estava previsto para ser liberado para investigação em fevereiro. A Procuradoria Geral da República havia pedido ao relator da Lava Jato no STF o fim do sigilo das denúncias no momento da homologação.

“Ele tinha perfeita noção do impacto que tem no País e que isso poderia realmente fazer o País ser passado a limpo”, disse Francisco.

Segundo dados do Estadão, o velório do corpo do ministro vai ser realizado na sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, a pedido da família. Data e horário ainda não estão definidos.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal já comunicaram que abriram processos para apurar as causas do acidente.