efeito do golpe

Dilma: ‘Brasil caminha para um futuro de desesperança’

Ex-presidenta participou do seminário 'Capitalismo Neoliberal, Democracia Sobrante', na Espanha

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

‘Em 2003 freamos o neoliberalismo, a redução do Estado e as privatizações’, disse Dilma, no seminário

São Paulo – A ex-presidenta Dilma Rousseff participou hoje (25) do seminário “Capitalismo Neoliberal, Democracia Sobrante”, em Sevilha, na Espanha. No evento organizado pelo Instituto Joaquín Herrera Flores, Dilma afirmou que o governo de Michel Temer levou o país para um período de “incerteza e desesperança”.

Ainda no seminário, Dilma falou que o impeachment, mesmo sem crime de responsabilidade, teve dois motivos para ser aplicado: a sobrevivência de políticos investigados por corrupção e a introdução de uma agenda neoliberal.

“O processo, que desprezou 54 milhões de votos e feriu a Constituição Federal, foi feito por dois motivos: o primeiro é a sobrevivência política dos líderes golpistas que queriam interromper as investigações de corrupção. Um segmento do PMDB, que tem uma origem democrática, transformou-se em um partido hegemonizado pela direita golpista ao se juntar ao articulador do golpe: o PSDB. O próprio senador Romero Jucá, ex-ministro de Planejamento do governo golpista, antes de ser demitido, foi gravado dizendo que deveria me afastar para estancar a sangria das investigações”, disse.

“A outra razão é enquadrar o Brasil, do ponto de vista econômico, ao neoliberalismo”, completou. A ex-presidenta também lembrou que a vitória de Lula nas eleições de 2003 pôde frear o neoliberalismo no país. “O processo de impeachment só foi possível por meio de um ataque aberto à democracia brasileira. Ela que permitiu, por quatro vezes, que nosso partido (o PT) derrotasse os outros nas urnas. Essas derrotas convenceram eles de ferir a democracia, já que freamos em 2003 o neoliberalismo, a redução do Estado e as privatizações”, afirma.

Assista à fala da ex-presidenta Dilma no seminário:

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