GGN – A força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal aceitou a sugestão do delegado Marcio Anselmo – que protagonizou reportagem por ter apoiado Aécio Neves em 2014 e chamado Lula de “anta” – e denunciou o ex-presidente pela quinta vez, agora por suposta propina recebida da Odebrecht.

A denúncia é fruto de dois inquéritos da Polícia Federal sobre a locação de um apartamento em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e sobre um terreno adquirido pela Odebrecht que poderia ter sido destinado à construção do Instituto Lula, mas não foi. A Lava Jato, ainda assim, acha que Lula foi beneficiário dos recursos da empreiteira.

Ao lado de Lula também foram indiciados a ex-primeira-dama Marisa Letícia e o advogado Roberto Teixeira, além de outras cinco pessoas.

Nesta semana, Teixeira denunciou o indiciamento como retaliação praticada por Anselmo em nome da força-tarefa da Lava Jato, que vem tendo abusos denunciados e questionados na Justiça pelos advogados de Lula.

Teixeira revelou que enviou suas respostas aos questionamentos de Anselmo na última sexta-feira (9) à noite e, na segunda (12), já foi informado do indiciamento pela PF. Para ele, foi um claro sinal de que o delegado não queria apurar nada, e já estava com a denúncia pronta, tendo pedido esclarecimentos prévios apenas para cumprir o protocolo.

Esta é a terceira vez que Lula é denunciado na Lava Jato. Ele ainda foi denunciado em outras duas operações: a Zelotes e a Janus, ambas por suposto tráfico de influência. Na Lava Jato, já correm duas ações penais: uma em Curitiba sobre o triplex no Guarujá e uma em Brasília, por obstrução da justiça, envolvendo Nestor Cerveró e Delcídio do Amaral. Se Sergio Moro aceitar essa nova denúncia, será a terceira ação penal, mas a primeira envolvendo a Odebrecht.