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Bancada do PT pode pedir impeachment de Alckmin

Revelação de que o governador recebeu R$ 2 milhões em caixa dois e era o 'Santo' das planilhas de propina da Odebrecht motiva avaliação dos petistas

Eduardo Saraiva/A2IMG

PT: Alckmin engana a população com discursos sobre ética

São Paulo – A denúncia de que a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo paulista, em 2010 e 2014, foi abastecida com propina e caixa, publicada hoje (9) pelo jornal Folha de S.Paulo, está sendo analisada pela bancada do PT na Assembleia Legislativa paulista para embasar um pedido de impeachment do governador. O vulgo “Santo”, que aparecia nas planilhas de propina da Odebrecht apreendida pela Polícia Federal (PF) oculta o nome de Alckmin. Ele teria recebido R$ 2 milhões em dinheiro vivo da empreiteira.

O codinome “Santo” também foi utilizado em um e-mail datado de 2004, enviado pelo executivo da Odebrecht Marcio Pelegrino, que gerenciou a construção da Linha 4-Amarela (Butantã-Luz) do Metrô paulista, primeiro modelo construído por parceria público-privada no país. Na mensagem, o executivo dizia que era preciso fazer um repasse de R$ 500 mil para a campanha “com vistas a nossos interesses locais”.

A bancada do PT avalia que o governador e o atual ministro das Relações Exteriores e ex-governador paulista, José Serra, enganam a população com discursos sobre ética. “São hereges dissimulados, discursam como paladinos da moralidade, ludibriam a opinião pública, sustentados na blindagem construída ao longo do tempo, por meio da maioria quase absoluta no parlamento estadual, e com a parcimônia de amplos setores da imprensa e alguns integrantes do Ministério Público, como se vê constantemente procuradores sendo alçados ao cargo de secretários de estado”, defendeu a bancada em nota publicada hoje (9). 

Os deputados petistas listaram uma série de escândalos de corrupção dos governos tucanos em São Paulo, dentre eles as fraudes em licitações no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em conluio das multinacionais Alstom e Siemens; as desapropriações fraudulentas em obras do Rodoanel; e, atualmente, o caso da Máfia da Merenda, objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que acaba terça-feira (13), cujo relatório isentou o governador e todos os políticos mencionados nas denúncias da Operação Alba Branca. 

“A bancada do PT classifica como extremamente grave a denúncia de corrupção e destaca que o PSDB levou ao Tribunal Superior Eleitoral a denúncia de caixa dois contra a candidatura de Dilma Rousseff em 2014 e, por conta disso, espera-se dos dirigentes tucanos apoio às denúncias ora apresentadas pelos delatores da Odebrecht, que serão motivo da denúncia da bancada do PT ao Tribunal Regional Eleitoral (TER)”, diz em nota.